Uma longa reportagem do The New York Times dá conta de vários casos de mulheres que recorreram a médicos especialistas em fertilidade à procura de esperma anónimo e acabaram por receber o esperma do próprio médico, sem que o soubessem.
O teste de ADN correspondeu a parentes do próprio médico. “Assim que soube dos resultados, percebi que era o médico e fiquei enojada“, disse Marenda Tucker, de 36 anos, após ter feito um teste de ADN para saber sobre a sua sucessão. “Quando conversei com minha mãe sobre isto, ela sentiu-se violada“.
Este é apenas um dos muitos casos de mulheres que, durante os anos 70 e 80, recorreram a médicos especialistas em fertilidade para engravidar. Sem que soubessem, o médico usou o seu próprio esperma, apesar de garantir que se tratava de esperma anónimo.
Casos como estes já eram conhecidos nos Estados Unidos, mas a recente reportagem do The New York Times dá conta que também aconteceram na Europa. Jan Karbaat, médico holandês, morreu em abril de 2017 com 56 filhos. O especialista em fertilidade continuou a exercer até 2009, quando foi proibido pelas autoridades holandesas.
“O Dr. Karbaat poderia ter sido um doador anónimo — não sabemos disso. Não havia sistema de registo na altura”, tentou explicar J.P. Vandervoodt, um dos advogados de Karbaat.
O Expresso explica que, na altura, muitos médicos acreditavam que quanto mais recente a amostra fosse, mais saudáveis eram as células e maior era a probabilidade de a mulher engravidar. No entanto, não se sabe se esta era a verdadeira razão pela qual os especialistas usavam o seu próprio esperam nas pacientes.
Jody Madeira, professora de Direito na Universidade do Indiana e especialista no tema, diz que este poderia ser o caso, já que nem sempre tinham esperma de outros dados disponível.
Contudo, abre ainda a porta a uma possibilidade mais aterrorizante. “Penso que pode haver razões que têm que ver com a sensação de poder: narcisismo, perturbações psicológicas ou simplesmente sentirem-se atraídos pelas suas pacientes”.
O número de casos de mulheres que descobrem que foi utilizado sémen do seu médico para as suas gravidezes chega às centenas e tem tendência a aumentar. Não porque a prática seja recorrente nos dias de hoje, mas porque os testes de ADN “ao domicílio” são cada vez mais comuns, o que pode levar mais pessoas a descobrirem os seus verdadeiros pais biológicos.
“O Dr. Karbaat poderia ter sido um doador anónimo — não sabemos disso. Não havia sistema de registo na altura” doador anónimo e resultou em 56 gravidezes em pacientes suas. o assunto é sério de mais para desculpas tão esfarrapadas.
Com esse racio de sucesso, se porventura era doador anónimo, é uma pena que não tenha jogado muitas vezes no Euromilhões!
Só que esta segunda opção teria porventura garantido a independência económica, mas nunca uma tamanha descendência…
Em suma, se fosse de um gajo qualquer, sem stress! Como era do médico que lhes tinha visto a “pardaloca”, as senhoras sentiram-se violadas….
A hipocrisia não tem limites!!!
Que comentário mais estúpido !
Em suma, como não alinha no politicamente correcto já é estúpido.
Não é a hipocrisia e a incoerência das senhoras que o Sr. contesta. É o comentário que saliento óbvio.
Enfim, haja paciência…
Completamente de acordo!
O médico fez o que lhe foi pedido (fertilização com esperma “anonimo”), portanto, agora não há nada de que reclamar!…
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Gostei do nome da professora de direito: Jody Madeira