O Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou, esta segunda-feira, alterações no seu Governo no âmbito de um processo de “renovação, retificação e mudança”.
“Povo da Venezuela! No marco do processo de renovação, retificação e mudança, decidi nomear um grupo de profissionais com ampla experiência e alta sensibilidade social, em importantes responsabilidades para o desenvolvimento integral do país”, escreveu no Twitter.
Segundo Nicolás Maduro, a nova ministra de Agricultura Urbana é Vanesa Montero López, que terá como missão consolidar o desenvolvimento agrícola urbano e periurbano, “nesta etapa de agressão económica contra a pátria”.
Por outro lado, Oswaldo Rafael Barbera Gutiérrez, será o novo ministro de Ecosocialismo e deverá “proteger o meio ambiente como espaço fundamental para o desenvolvimento da vida do ser humano”.
O Ministério de Educação Universitária será dirigido pelo advogado César Gabriel Trómpiz Cecconi, que deverá “conduzir o sistema educativo público universitário para que esteja ao serviço dos grandes interesses” da nação.
Ásia Yajaira Villegas Poljak dirigirá o Ministério para a Mulher e Igualdade de Género, com a missão de “continuar a aprofundar todos os mecanismos de inclusão de género e proteção integral da mulher”.
Por outro lado, o Ministério do Poder Popular para o Desenvolvimento Mineiro Ecológico será conduzido pelo almirante Gilberto Pinto Blanco, a quem Maduro encomenda “a tarefa de promover o desenvolvimento” do setor.
O Presidente da Venezuela anunciou ainda que vai ser criado o Ministério de Turismo e Comércio Externo, que será chefiado por Félix Ramón Plasencia González, cuja gestão estará centrada na promoção do desenvolvimento turístico e o investimento internacional do país.
Na segunda-feira, a oposição venezuelana disse ter informações de que nos próximos dias o Governo do Presidente Nicolás Maduro iria dissolver o parlamento, o único poder público onde os opositores são maioria. Juan Guaidó explicou que a medida poderá acontecer já esta terça-feira, por ordem da Assembleia Constituinte, composta unicamente por simpatizantes do regime, organismo que já levantou a imunidade a vários membros do parlamento, todos da oposição.
Três deputados da oposição vão ser julgados
O Supremo Tribunal de Justiça (STJ) da Venezuela ordenou esta segunda-feira que sejam submetidos a julgamento três deputados opositores acusados de traição à pátria, entre outros delitos.
Num comunicado divulgado em Caracas, o STJ explica que se trata dos deputados da Assembleia Nacional da Venezuela (onde a oposição detém a maioria) Juan Pablo Garcia Canales, José Ángel Guerra Brito e Tomás Guanipa Villalobos. A decisão do STJ tem por base um pedido feito pelo procurador-geral da Venezuela, designado pela Assembleia Constituinte (composta unicamente por simpatizantes do regime), Tareck William Saab.
Os deputados vão responder também pelos delitos de “conspiração, instigação à insurreição, rebelião civil, acordo para cometer delito, usurpação de funções, instigação pública a desobedecer as leis e ódio contínuo”.
O deputado Juan Guerra é acusado de, a 30 de abril, acompanhar o presidente do parlamento, o opositor Juan Guaidó, até às proximidades da Base Aérea de La Carlota, onde um grupo de militares declaram desconhecer a autoridade do Presidente, Nicolás Maduro, e chamaram a população a sair às ruas a defender a oposição.
Por outro lado, segundo a imprensa venezuelana, Tomás Guanipa é investigado pelo falido atentado de 4 de agosto de 2018, dia em que um drone explodiu na Avenida Bolívar de Caracas, durante um ato de aniversário da Guarda Nacional Bolivariana (polícia militar).
A explosão teve lugar a escassos metros do palco onde se encontrava o Presidente Maduro, vários membros do seu Governo, representantes das Forças Armadas e de distintos organismos públicos venezuelanos. O STJ ordena que seja enviada uma cópia da decisão a vários organismos, entre eles a Assembleia Constituinte.
ZAP // Lusa