A Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo (ULSBA) desmentiu esta segunda-feira a denúncia da bastonária da Ordem dos Enfermeiros (OE), Ana Rita Cavaco, de que no passado fim de semana a urgência tivesse funcionado com um enfermeiro para cada 20 doentes críticos.
A bastonária da OE, Ana Rita Cavaco, denunciou esta segunda-feira que nos últimos dias a urgência do hospital de Beja esteve a funcionar com um enfermeiro para cada 20 doentes críticos, quando quatro doentes é o recomendado.
Numa nota escrita em resposta a questões da agência Lusa, a ULSBA esclarece que “não teve conhecimento de qualquer visita institucional por parte da Ordem dos Enfermeiros no passado fim de semana” e que “a situação referida de um enfermeiro para cada 20 doentes críticos em serviço de observação não corresponde à verdade”.
A instituição garante que no período entre as 00h e as 8h estiveram oito enfermeiros em serviço para 25 doentes admitidos (19 na Urgência Geral e seis na Urgência Pediátrica) com cinco adultos e duas 2 crianças ou jovens no Serviço de Observação, que no turno das 8h às 16h estiveram 11 enfermeiros em serviço para 65 doentes admitidos (54 na Urgência Geral e 11 na Urgência Pediátrica), com quatro adultos e uma criança ou jovem no Serviço de Observação e que no turno entre as 16h e as 00h estiveram 11 enfermeiros em serviço para 51 doentes admitidos (29 na Urgência Geral e 22 na Urgência Pediátrica), com cinco adultos no Serviço de Observação.
A ULSBA afirma que “os processos relativos à substituição temporária ou definitiva no ano de 2019 têm sido todos respondidos estando concluídos ou em curso” e que “no âmbito da contratação de profissionais para os hospitais, agora autorizada pelo Governo, a ULSBA irá ver reforçados os seus quadros em cerca de 40 profissionais, sendo 10 para a área de enfermagem, o que permitirá equilibrar as necessidades decorrentes da passagem das 40 para as 35 horas semanais”.
“Apesar de alguns constrangimentos ao nível dos Recursos Humanos, a ULSBA reconhece e enaltece a importância que os colaboradores têm tido na resposta assistencial”, conclui.
Enfermeiros em situação de “exaustão”
A bastonária Ana Rita Cavaco esteve no fim de semana no hospital de Beja e disse que os enfermeiros estão “numa situação de exaustão”, por falta de profissionais, chegando a trabalhar 16 horas seguidas e a cumprir 70 horas de trabalho semanal, quando os horários deveriam ser de 35 horas.
“Na urgência de Beja havia um enfermeiro para 20 doentes críticos em serviço de observação. O rácio correto é de um enfermeiro para quatro doentes”, relatou a bastonária em declarações à agência Lusa. A Ordem detetou ainda profissionais com 59 folgas por gozar só no período deste Verão e enfermeiros que fazem “consecutivamente 16 horas seguidas”, entrando às 8h e saindo à meia-noite.
O Governo anunciou esta segunda-feira que autorizou a contratação de mais de 550 enfermeiros para os hospitais do Serviço Nacional de Saúde, de forma a cobrir as necessidades da passagem, há um ano, das 40 para as 35 horas de trabalho semanais dos profissionais de enfermagem.
Contudo, a Ordem já veio considerar que este número é claramente insuficiente e que nem sequer acaba por cobrir os 700 enfermeiros que ficaram por contratar há um ano, quando em julho de 2018 se deu a segunda passagem ao regime das 35 horas.
ZAP // Lusa
Típico… esta vigarista continua a “somar” pontos!….
Bom, para esclarecer. Relativamente ao número da equipa de Enfermagem para o número de doentes admitidos, é importante distinguir que a equipa de Enfermagem não é distribuída de forma aritmética pelos doentes. Por exemplo, podem estar 40 doentes para 7 enfermeiros. Isso não quer dizer que esteja 1 Enfermeiro para 5/6 doentes. Pode acontecer estar 2 doentes para 10 doentes mais criticos, 2 Enfermeiros para 30 doentes de maca, 1 Enfermeiro de triagem, 1 Enfermeiro de Sala de reanimação e 1 Enfermeiro coordenador!
Outra questão é relativamente às 16h seguidas. Se forem “impingidas” aos enfermeiros, sem o seu consentimento, acho necessário que se alerte e se exponha. Contudo, se for com consentimento, não vejo o mal, a não ser correr o risco que as administrações comecem a proibir as trocas que permitem juntar turnos, para evitarem estas “bocas” na comunicação social.