Cerca de 1,7 milhões de jovens saíram da Polónia para estudarem ou trabalharem no estrangeiro. O primeiro-ministro do país anunciou subsídio de 18% dos impostos para os jovens.
A Polónia não quer que os seus jovens abandonem o país. O Governo polaco anunciou recentemente uma lei, que entrou em vigor esta quinta-feira, com o objetivo de atingir, aproximadamente, dois milhões de jovens, para criar uma situação menos favorável para a emigração.
Para evitar a “fuga de cérebros” que o país enfrenta, a lei vai direcionar 18% dos impostos recebidos pelo Estado para os jovens. Para receber o subsídio, é necessário ter menos de 26 anos e ganhar menos de 85,528 mil zlotys (19,9 mil euros) por ano – o que equivale a 7127 zlotys (1658 euros) por mês.
Segundo o Público, esta medida é generosa, uma vez que na Polónia o salário médio anual é cerca de 60 mil zlotys (13,9 mil euros).
Mateusz Moraweicki, primeiro-ministro polaco, reconhece que a fuga dos jovens do país “é uma perda gigante”. “É como se toda a cidade de Varsóvia tivesse ido embora”, disse em declarações à CNN, sublinhando que esta medida é capaz de trazer novas oportunidades aos jovens.
A perda de jovens no país manifesta-se na economia. Barbara Jancewicz, chefe da Unidade de Investigação Económica da Migração do Centro de Investigação sobre as Migrações de Varsóvia, disse que é particularmente notória tendo em conta a diminuição do número de trabalhadores nos últimos anos. “Precisamos destas pessoas de volta.”
Ainda assim, Kinga Kitowska, uma jovem de 22 anos, analista no departamento de finanças de uma empresa em Londres, disse à CNN que o subsídio não resolve o problema. “É preciso construir oportunidades e abrir sectores atrativos aos jovens atuais. Eu procuro oportunidades em vez de dinheiro em curto prazo.”