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Polícia de Moscovo detém mais de 500 pessoas em protesto não autorizado

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Yuri Kochetkov / EPA

Mais de 500 pessoas que participaram, este sábado, na manifestação não autorizada da oposição russa contra a exclusão de candidatos nas eleições locais de 8 setembro foram detidas pela polícia moscovita.

O número de detidos foi avançado por uma organização não governamental (ONG) que contabilizou mais de 560 detenções em pouco mais de três horas desde que o protesto teve início (às 14h00 horas locais e quando eram 12h00 horas em Lisboa) e que juntou milhares de pessoas no centro da capital russa.

Esta manifestação foi convocada pela oposição extraparlamentar para exigir o registo dos seus candidatos às eleições municipais que vão realizar-se em setembro, tendo a polícia moscovita advertido na sexta-feira que pretendia utilizar todos os meios para impedir o protesto, não autorizado.

Informações anteriormente avançadas indicavam que a polícia estava a transferir os detidos para carrinhas instaladas na zona da concentração, horas antes de esta se ter iniciado.

A polícia de choque decidiu também criar uma barreira de defesa para impedir que os manifestantes se aproximem da prefeitura, localizada na avenida Tverskaya, na zona central da cidade.

Devido ao forte aparto policial o acesso à zona onde decorre a manifestação também foi cortado para evitar que mais pessoas se juntem a este protesto.

O líder da oposição Alexei Navalny foi detido esta semana para evitar que pudesse liderar o protesto, e deverá cumprir 30 dias de prisão.

A comissão eleitoral moscovita recusou o registo de 57 candidatos, onde se incluem alguns dos principais dirigentes da oposição, que acusa as autoridades de manipular milhares de assinaturas recolhidas nas últimas semanas pelos candidatos e transcrevê-las incorretamente no registo eletrónico.

O Comité de Direitos Humanos, dependente do Kremlin, tomou posição favorável à oposição e apelou à comissão eleitoral para registar “todos os candidatos” que recolheram o mínimo de assinaturas necessárias, porque o contrário significa ignorar “a vontade de milhares de eleitores”.

A oposição russa encara as eleições municipais como um primeiro passo para tentar ter representação na Duma (câmara baixa do parlamento), nas próximas legislativas de 2021.

Em declarações à agência noticiosa Interfax, na sexta-feira, o porta-voz da polícia da capital russa assegurou que os organizadores da manifestação foram advertidos por escrito sobre a ilegalidade do protesto.

 

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