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Helis de combate a incêndios em terra por falta de inspecção. A culpa é da burocracia

Sebastien Nogier / EPA

Há helicópteros de combate a incêndios impedidos de voar devido à falta de inspecção. Uma situação polémica que surge numa altura em que os fogos regressaram em força a Portugal e que é culpa da Agência Nacional de Aviação Civil, segundo a operadora dos “helis”.

Os três helicópteros Kamov que estavam parados por falta de inspecção, conforme denúncia do deputado do PSD Duarte Marques, já receberam autorização da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) para voarem no combate aos incêndios.

Mas há ainda mais três helicópteros Ecureuil B3 parados também devido à falta de inspecção, conforme apurou o jornal Público.

O advogado da Heliportugal, a empresa que ganhou o concurso público para operar os aparelhos, culpa a ANAC pelo atraso nos processos, frisando que a entidade já poderia “em tempo útil, ter emitido as autorizações há, pelo menos, duas semanas”.

Nuno Faria acrescenta, em declarações ao Público, que o director de Segurança Operacional da ANAC, Vítor Rosa, tem pedido “documentos a conta-gotas” no que define como “um comportamento do excesso de zelo” de “alguém” que se encontra “assustado com a situação que deu origem à formulação de acusação contra si e contra o presidente da ANAC”.

O advogado da Heliportugal refere-se ao processo em que o presidente da ANAC, Luís Silva Ribeiro, bem como Vítor Rosa e o chefe do departamento de Licenciamento de Pessoal e de Formação da mesma entidade, José Queiroz, são acusados de um crime de atentado à segurança de transporte por ar no caso da aterragem de uma avioneta na praia de São João da Caparica, em Agosto de 2017, que matou duas pessoas, um homem de 56 anos e uma criança de 8.

A estes dados há ainda a acrescentar o facto de as empresas concorrentes à Heliportugal, Babcock e a HTA, terem impugnado o concurso de atribuição do aluguer dos helicópteros. Isso levou à suspensão do concurso, suspensão esta só levantada a 3 de Julho por decisão do Tribunal Administrativo de Lisboa.

Estas circunstâncias burocráticas acabaram por atrasar o processo de inspecção dos “helis”. Para Duarte Marques o caso reflecte “má gestão” governamental e é “uma vergonha”. O deputado do PSD também acredita que se os “helis” estivessem no terreno, o combate aos incêndios do distrito de Castelo Branco poderia ter corrido melhor.

ZAP //

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