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Rompeu-se mais uma barragem no Brasil. Município em estado de emergência e calamidade pública

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(h) Civil Defense of Bahia / Diego Santos / EPA

O município brasileiro de Pedro Alexandre, na região da Bahia, decretou o estado de emergência e calamidade pública após a rutura de uma barragem, que causou inundações e obrigou à evacuação de zonas residenciais.

“Considerando o volume de água que tomou a cidade, causando inundações, enxurradas, alagamentos que ocasionaram danos materiais em residências e vias públicas (…) fica declarada a situação de emergência e calamidade pública no município de Pedro Alexandre”, afirma o documento publicado no Diário Oficial daquela cidade, assinado pelo prefeito Pedro Gomes Filho.

De acordo com a Defesa Civil, citada pela imprensa brasileira, as fortes chuvas que caem naquela região contribuíram para o rompimento da estrutura. Não há registo de feridos.

O governante do município autorizou a “mobilização de todos os órgãos municipais para atuarem em resposta ao desastre”, e na reabilitação e reconstrução das estruturas danificadas pelas inundações.

Foi também dada permissão para que agentes da Defesa Civil entrem nas casas para “prestar socorro ou para determinar evacuação”, conforme determina a constituição federal. As aulas na rede pública municipal foram suspensas por tempo indeterminado.

Ao final da manhã de quinta-feira, uma barragem colapsou na localidade de Quati, na cidade de Pedro Alexandre, no Estado nordestino da Bahia, porém, o município vizinho de Coronel João de Sá foi fortemente afetado pela corrente da água, que obrigou à retirada de moradores das suas casas.

“A barragem do Quati estourou. É uma situação atípica. Nunca aconteceu isso com essa barragem. Nós não sabemos as consequências. Eu peço encarecidamente que todas as pessoas que moram nas áreas de risco saiam das suas casas, peguem os seus documentos pessoais, peguem seus objetos de valores, o que puderem levar”, apelou o prefeito de Coronel João de Sá, Carlinhos Sobral, num vídeo partilhado na rede social Facebook.

A cidade de Coronel João de Sá, localizada a cerca de 450 quilómetros de Salvador, capital do Estado da Bahia, e a 30 quilómetros da barragem que cedeu, disponibilizou cinco escolas para abrigar os moradores.

As estradas encontram-se intransitáveis devido à quantidade de lama misturada com a corrente da água, o que dificulta o atendimento à população, segundo o portal de notícias G1.

A maior preocupação da gestão de Coronel João Sá é com as cerca de 120 famílias que moram nas margens do Rio do Peixe, que atravessa a região. A água que vazou da barragem segue o curso do rio. A barragem em causa transbordou por volta das 6h locais (10h em Lisboa), mas a estrutura só cedeu horas mais tarde, pelas 11h locais (15h em Lisboa).

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) tem registados 16.695 moradores no município de Pedro Alexandre. Já Coronel João Sá tem uma população que chega aos 17.066.

No início deste ano, a barragem do Brumadinho rebentou e morreram mais de 150 pessoas. O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) adiantou que a tragédia destruiu cerca de 269,84 hectares de mata, o equivalente a 378 campos de futebol. A Organização Internacional do Trabalho classificou a tragédia como o pior desastre mundial numa barragem nos últimos dez anos.

ZAP // Lusa

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2 Comments

  1. Vi no programa “Engenharia Abandonada” que os italianos tiveram vários casos de colapso de barragens na zona dos Alpes, no início do século XX.
    Em pleno século XXI, os brasileiros já vão no terceiro caso em apenas 2 anos….
    Se fosse brasileiro eu estaria muito tranquilo em relação às restantes….

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