O Presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, alertou esta terça-feira que o Irão que está “a brincar com fogo” ao ultrapassar o limite de urânio enriquecido estabelecido no acordo nuclear assinado em 2015.
“Eles sabem o que estão a fazer, sabem com o que estão a brincar e creio que estão a brincar com fogo”, disse Donald Trump, em declarações à imprensa, na Casa Branca, segundo noticiou o Diário de Notícias da Madeira, citando a agência Lusa.
O Presidente norte-americano reagiu desta maneira ao anúncio da República Islâmica, que esta terça-feira, através de seu ministro dos Negócios Estrangeiros, Mohamad Javad Zarif, informou que já ter ultrapassado o limite de reserva de 300 quilos de urânio enriquecido estabelecido no acordo nuclear de 2015.
Num comunicado, a Casa Branca adiantou que continuará a sua campanha de “pressão máxima” contra o Irão e reiterou que “nunca permitirá” o desenvolvimento de armas nucleares por parte dos iranianos.
“A pressão máxima sobre o regime iraniano continuará até que os seus líderes alterem o seu curso de ação. O regime deve por fim às suas ambições nucleares e ao seu comportamento perverso”, indicou a nota da Casa Branca.
A Casa Branca disse ainda que foi “um erro do acordo nuclear permitir ao Irão enriquecer urânio a qualquer nível” e observou que “há pouca dúvida de que, mesmo antes da existência do pacto, o Irão já estava a violar seus termos”.
Por outro lado, informou numa outra declaração que Donald Trump e o Presidente francês, Emmanuel Macron, conversaram esta terça-feira “sobre a decisão do regime iraniano de aumentar os níveis de urânio”, além do acordado no pacto nuclear de 2015, do qual Washington se retirou há mais de um ano.
Teerão cumpriu assim a sua ameaça de começar a transgredir gradualmente os compromissos que assumiu ao assinar o acordo em 2015 com a Alemanha, o Reino Unido, a França, a China, a Rússia e os EUA.
Este acordo limitava a capacidade e o tamanho do programa atómico iraniano para assegurar que o Irão não pudesse desenvolver armas nucleares a curto prazo. Em troca, os iranianos tiveram um alívio das sanções internacionais que afetaram a sua economia.
“Afeganistão parece ser um laboratório para terroristas”
Numa entrevista à estação televisiva Fox News, o Presidente norte-americano defendeu também uma “forte presença” dos serviços secretos no Afeganistão, após a retirada das tropas norte-americanas do país, que descreveu como um “laboratório para terroristas”, noticiou a SIC Notícias, citando a agência Lusa.
Na entrevista, transmitida na segunda-feira, reiterou a intenção de acabar com a presença militar dos EUA no país, o que vai exigir, em contrapartida, um reforço da presença dos serviços secretos norte-americanos.
“Gostava de poder abandonar o Afeganistão (…) O problema é que parece ser um laboratório para terroristas. Chamo-lhe ‘Harvard’ [universidade privada norte-americana] para terroristas”, declarou Donald Trump.
A entrevista foi transmitida depois de responsáveis alemães terem anunciado que dirigentes afegãos vão encontrar-se, no domingo, no Qatar, com representantes dos talibãs para tentar, mais uma vez, chegar a um acordo político e acabar com a presença militar dos EUA no país.
A guerra no Afeganistão começou em 2001, na sequência dos atentados terroristas de 11 de setembro nos EUA, e causou até agora mais de 70 mil mortos, incluindo mais de dois mil soldados norte-americanos, de acordo com organizações internacionais.