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Acabaram os recursos. As máquinas de Vincent vão ser desligadas após 11 anos em estado vegetativo

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O Supremo Tribunal francês decidiu levantar o bloqueio à paragem dos tratamento de Vincent Lambert, o enfermeiro francês que ficou tetraplégico e em estado mínimo de consciência, depois de um acidente de carro em 2008.

A decisão significará a suspensão permanente dos tratamentos que ainda mantém o doente vivo e vai permitir ao hospital de Reims, onde Lambert está internado há 11 anos, levar até ao fim o procedimento iniciado a 20 de maio, dia em que a equipa médica anunciou a suspensão da assistência vital a Vincent Lambert e a aplicação de “um sedativo profundo e continuo” para “reduzir o sofrimento” do paciente. De acordo com o Supremo, o hospital poderá agora escolher o momento para fazê-lo.

De acordo com uma lei francesa de 2016 que estabeleceu novos direitos para as pessoas doentes e em fim de vida, os médicos vão dar a Vincent uma sedação profunda, ao mesmo tempo que interrompem a alimentação e a hidratação, provocando assim a morte do doente.

“Não há mais recursos possíveis porque não há mais juízes para decidir”, disse a advogada da mulher de Vincent Lambert, Patrice Spinosi “Não há nada que impeça a equipa do hospital de Reims de pôr em marcha a cessação dos cuidados”, adiantou, citada pelo jornal francês Le Monde.

Vincent Lambert, um enfermeiro de 42 anos, ficou tetraplégico em 2008 na sequência de um acidente rodoviário, tendo-se tornado um símbolo do debate sobre a eutanásia em França. A própria família está dividida: pais e uma irmã querem manter Lambert vivo artificialmente, enquanto a sua mulher, cinco irmãos e um sobrinho concordam que as máquinas devem ser desligadas.

Sem testamento vital para determinar as condições em que se pretende recorrer à morte assistida, o francês ficou entregue à nomeação de um representante legal.

Em 2011, os médicos que seguem o caso descartaram por completo qualquer possibilidade de melhorias no estado de Vincent Lambert e em 2014 o seu estado passou a ser classificado como vegetativo.

Em junho de 2015, o Tribunal Europeu dos Direitos do Homem autorizou a interrupção do tratamento de Vincent Lambert. O órgão considerou na altura que a eutanásia não viola o artigo 2.º da Convenção Europeia dos Direitos Humanos, relativa ao Direito à Vida.

ZAP //

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