Não é novidade que passar tempo em espaços verdes é benéfico para a saúde, mas não se sabia até agora quanto tempo era necessário para que estes efeitos se fizessem sentir.
De acordo com um estudo recente, publicado na Scientific Reports e feito com base nas respostas de 19.806 pessoas de Inglaterra, o ideal é 120 minutos ou mais. No entanto, estes minutos não precisam de ser passados numa única visita, podem ser acumulados durante toda a semana.
“Esperamos que duas horas por semana seja uma meta realista para muita gente, sobretudo tendo em conta que pode ser repartida pela semana para conseguir os benefícios”, admite o autor e coordenador do artigo científico, Mathew White, citado num comunicado da Universidade de Exeter, no Reino Unido.
Ao Público, o investigador disse que não é necessário ir para a beira-mar ou para zonas selvagens tirar partido destes benefícios, apesar de, em estudos anteriores, os cientistas terem encontrado uma “ligeira vantagem” nas regiões montanhosas e nas regiões costeiras.
Ainda assim, jardins (mesmo em cidades), florestas, lagos ou praias não devem ser descartados. “A maior parte destas visitas à natureza analisadas no estudo aconteceu a uns três quilómetros de casa. Portanto, até visitar espaços verdes urbanos parece ser uma coisa boa”, explica o investigador.
Segundo o artigo científico, o bem associado à exposição direta ao ar livre parece ser transversal a todos: tanto em homens como mulheres, em crianças como adultos e idosos, e em pessoas saudáveis ou com problemas de saúde. “O que mais nos surpreendeu foi que isto era assim para todos os grupos de pessoas da sociedade”, afirma.
“A probabilidade de se sentir com boa saúde e com um bem-estar acrescido torna-se significativamente maior quando se está em contacto com a natureza durante 120 ou mais minutos”, escreveram os autores.
Esta sensação de bem-estar atinge o seu auge quando se passam entre 200 a 300 minutos por semana (três horas e meia a cinco horas) ao ar livre. Depois disso, é irrelevante quanto mais tempo se passa, não há benefícios acrescidos, escreve o jornal.
Por sua vez, passar 60 ou 90 minutos na natureza não traz tantas vantagens.