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PSD prepara legislativas com possíveis mexidas drásticas na bancada

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Mário Cruz / Lusa

O presidente do PSD, Rui Rio

Com os sociais-democratas a viverem momentos de tensão no partido, Rui Rio prepara a bancada para as legislativas e espera-se que faça várias mexidas, mantendo os “fiéis” a seu lado.

As legislativas deste ano aproximam-se e Rui Rio tem de começar a formar uma equipa para tentar relançar o partido após a derrota pesada nas Europeias. O presidente do PSD ainda não endereçou grande parte dos convites para evitar fugas de informação, garantem fontes sociais-democratas.

No entanto, adiantam-se algumas possibilidades, nomeadamente a de David Justino ser o cabeça-de-lista para Lisboa — ele que é o atual vice-presidente do partido e presidente do conselho de estratégia nacional. Abrem-se ainda as portas ao comissário europeu Carlos Moedas.

Segundo apurou o Diário de Notícias, algumas das propostas concelhias e distritais não vão agradar Rio, que se pode prepara para vetar algumas das opções. Entre as vítimas estará Miguel Pinto Luz, que caso seja indicado pela câmara de Cascais, deverá ser rejeitado pelo presidente do PSD. Rio deverá optar Ricardo Batista Leite, também de Cascais, para a lista à capital portuguesa.

Fontes partidárias dão conta que Pinto Luz tem aspirações a ser o futuro líder parlamentar dos sociais-democratas. A saída de Rui Rio pode ser uma possibilidade, caso se verifique um mau resultados nas legislativas.

“O PSD está neste momento mais forte e preparado para os grandes desafios que tem pela frente. Tudo demonstra que o Dr. Rui Rio percebeu os sinais que foram enviados pelo conselho nacional”, disse Pedro Pinto, líder da distrital de Lisboa após ter apoiado a moção de censura que tentou derrubar Rio, mas que acabou por ser chumbada.

O Jornal Económico noticia esta sexta-feira que Rui Rio pretende afastar — ou já afastou — metade dos cabeças de lista das legislativas de 2015. Entre saídas por opção pessoal ou por discordância política, o PSD vive uma verdadeira revolução na sua estrutura partidária para as próximas legislativas.

“Não quero ter rigorosamente nada em comum com quem está a definhar o meu partido, a excluir em vez de acrescentar, a tornar o PSD num partido maneirinho e homogéneo”, disse Teresa Morais, eleita pelo círculo de Leiria, mas que recuou por discordância política com os ideais de Rio.

Fonte dos “laranjas” alega que Rui Rio apostará em dois “pesos pesados”: Fernando Ruas e Carlos Coelho para liderar as listas de candidatos em Viseu. Consequentemente cai o atual líder distrital Pedro Filipe Alves, que apoiou Luís Montenegro quando convocou eleições diretas no início deste ano.

Duarte Marques e Nuno Serra, que estiveram ao lado de Pedro Santana Lopes na aspiração à liderança do partido, também poderão ser remetidos a lugares de menor destaque ou até mesmo descartados, segundo confidenciaram fontes do PSD ao DN. Fernando Negrão, o atual líder parlamentar, pode ser opção para Braga e Lina Lopes pode ser apontada a Setúbal. Bruno Vitorino, o atual líder distrital de Setúbal, poderá ser baixa por também conspirar contra Rio.

O presidente dos sociais-democratas deixou bem claro que as suas opções para estas legislativas serão delineadas de acordo com determinados critérios — sendo a lealdade o mais crucial. Além disso, Rio pondera a “qualidade e competência política bem como a preparação técnica adequada, o “prestígio nacional ou local” e a “aceitação das normas estatuárias e legais”.

Lealdade provoca baixas

A discordância política com Rui Rio já provocou várias baixas e, antes que o líder social-democrata aja, alguns procuraram sair pelo próprio pé. Além de Teresa Morais, Luís Campos Ferreira apoiou Luís Montenegro para a liderança do partido e acabou por anunciar a sua saída devido à falta de união.

Os deputados da era Passos Coelho são os mais frequentes nesta debandada, entre os quais Miguel Morgado, que foi assessor político do antigo primeiro ministro. Morgado não deverá ser opção para integrar nenhuma das listas de candidatos e admitiu que, em caso de marcação de eleições diretas para janeiro, será um candidato à liderança.

Paula Teixeira Cruz, antiga ministra da Justiça também deu o primeiro passo e afastou-se das listas de Rio. Também ela apoiante de Montenegro, confessou nunca ter visto “um discurso tão hipócrita” como aquele a que assistiu de Rio quando falou em banho de ética — isto “quando se rodeia de tudo quanto não é ética“, acrescentou.

Outra baixa do pelotão é Carlos Abreu Amorim, que foi excluído das intenções de Rio às legislativas. Uma voz ativa na oposição ao atual líder, Amorim já confirmou o seu afastamento.

ZAP //

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2 Comments

  1. Sr. Joaquim o PSD (Partido Social Democrata) nunca devia ter sido um partido de direita, deveria ter sido sempre um partido do centro, um partido “social democrata”. Se quer votar num partido de direita tem vários partidos para escolher, nomeadamente o “PDR”, a “Aliança”, o “Basta”, a “Iniciativa Liberal”, o “CDS” e o “PNR”. E se não gosta de nenhum destes pode sempre criar um partido à sua imagem.

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