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Os pterossauros-bebé podiam voar logo depois de nascer

James Brown (University of Leicester)

Depois de analisar os fósseis de embriões de pterossauros encontrados na China e na Argentina, um grupo de cientistas britânicos concluiu que os descendentes deste répteis voadores eram capazes de voar logo após o nascimento, ao contrário do que acontece com os pássaros e morcegos, por exemplo.

Para levar a investigação a cabo, especialistas analisaram a extensão dos membros embrionados e o tamanho e a forma dos ovos em centenas de fósseis e compararam depois os resultados com o crescimento de pássaros modernos e crocodilos.

Com esta análise, os cientistas conseguiram classificar os embriões de acordo com as suas fases de desenvolvimento, pode ler-se no estudo, cujos resultados foram esta semana publicados na revista científica Proceedings, da Royal Society B.

Em seguida, a equipa estudou os diferentes estágios de formação óssea em nove espécies de diferentes de pterossauros. No decorrer da análise, os cientistas descobriram que um dedo especial – que corresponde ao quarto dedo da mão humana e é importante para a habilidade de voo das aves – endureceu juntamente com outros ossos essenciais ainda antes do nascimento do pterossauros-bebé. Esta formação facilitou, segundo os cientistas, o desenvolvimento completo do aparelho de voo antes da eclosão.

De acordo com os autores do estudo, a descoberta não significa necessariamente que os pterossauros-bebé não receberam proteção dos seus progenitores face aos predadores, embora não haja evidência de que precisassem dos seus pais para aprender a voar.

Até então, acreditava-se que os pterossauros só eram capazes de voar depois de atingir alcançar o seu tamanho completo, tal como acontece com pássaros e morcegos. Esta hipótese foi baseada em embriões fossilizados com asas subdesenvolvidas.

“O nosso estudo técnica mostra que os pterossauros eram diferentes dos pássaros e morcegos, e que a anatomia comparativa pode revelar novos modos de desenvolvimento em espécies já extintas”, disse um dos autores do estudo, Charles Deeming.

Em declarações ao portal Gizmodo, o autor principal do estudo, David Unwin, paleobiologista da Universidade de Leicester, no Reino Unido, explicou que o erro do passado foi “tentar interpretar os pterossauros no contexto dos pássaros e morcegos”.

Contudo, alguns cientistas receberam com algum ceticismo a descoberta. Segundo a paleontóloga belga Edina Prondvai, os autores devem comparar os seus resultados com as espécies de pássaros talégalos, também conhecidos como megápodos, cujas crias são capazes de voar no mesmo dia em que eclodem.

ZAP //

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