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A dieta perfeita não existe

O número de dietas que existem não cabe nos dedos das nossas mãos, mas grande parte das pessoas vai dizer-lhe qual a melhor dieta a seguir. Mas não acredite, é tudo bluff.

Uma equipa de cientistas analisou um grupo de 1.100 adultos que consumiram os mesmos alimentos comuns durante 14 dias. Os investigadores controlaram os níveis de glicose dos participantes antes e depois das refeições e os resultados mostraram que as reações eram distintas entre os indivíduos – não há uma dieta perfeita que “encaixe” em toda a gente.

“Até ficamos surpreendidos com os resultados”, disse ao Business Insider Tim Spector, epidemiologista e professor do King’s College, em Londres, e líder do estudo. “Só porque existe uma dieta muito recomendada não significa que se encaixe nela.” No fundo, não há uma dieta ou intervenção alimentar que seja adequada para todos nós.

Spector apresentou os resultados na conferência da American Society of Nutrition deste mês. Para o estudo, os cientistas deram aos participantes refeições padrão e inseriram no braços sensores que monitorizavam continuamente os níveis de glicose. Além disso, os voluntários receberam uma ferramenta que media glicose, gorduras e insulina através de pequenas amostras de sangue, obtidas com uma pequena picada no dedo.

Os participantes – 60% dos quais gémeos idênticos – usaram também pulseiras para monitorizar os seus hábitos de exercício físico e sono. Além disso, tiravam uma fotografia a todos os alimentos que ingeriam.

No cardápio, existiam três tipos de bolos diferentes: um bolo rico em gordura e com baixo teor de açúcar; um muffin padrão com uma quantidade média de gordura e carboidratos; e um terceiro muffin, chamado “light”, que tinha mais açúcar mas menos gordura e era “mais fácil de digerir”.

Os cientistas queriam saber se os níveis de insulina dos participantes aumentavam depois de comerem os muffins ou se os níveis de glicose se alteravam ligeiramente, refletindo  uma resposta de insulina razoavelmente estável. No entanto, a equipa descobriu que era mais fácil prever como é que uma pessoa iria reagir com base nas suas próprias leituras anteriores de glicose, em vez de quaisquer diretrizes dietéticas passíveis de serem aplicadas a toda a população.

Esta é mais uma prova de que todos nós – até mesmo os gémeos idênticos – somos diferentes no que diz respeito à nutrição. “Devemos personalizar as dietas e não colocar toda a gente no mesmo saco”, disse Spector, realçando que, para a maioria das pessoas, podemos apenas fazer recomendações básicas sobre a sua resposta aos carboidratos ou a alimentos com gordura.

Por enquanto, as descobertas de Specter sugerem que é difícil saber de que forma a resposta do seu corpo a certos tipos de alimentos se compara à de outros. Ainda assim, o investigador afirma que há algumas regras que todos nós podemos seguir para comermos bem.

Uma das melhores formas de melhorar a sua saúde é prestar atenção ao seu microbioma e estimulá-lo, uma vez que os microrganismos do seu intestino ajudam o corpo a absorver nutrientes dos alimentos e a evitar doenças. Comer uma variedade de plantas é importante para um microbioma saudável, remata Tim Spector.

ZAP //

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