A época de incêndios já começou, mas 17 aeronaves de combate aos fogos, que fazem parte do contingente contratado pela Força Aérea para este ano, ainda não levantaram voo.
A conta-gotas, a Força Aérea vai conseguindo ter autorização para pôr a voar ao serviço da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) os helicópteros e aviões para o combate a incêndios, mas ainda não se livrou de todos os problemas judiciais.
De acordo com o Público, ainda correm em tribunal duas contestações de empresas ao concurso internacional de aluguer de aeronaves. As contestações estão a travar a possibilidade de ativar os contratos com as empresas vencedoras, o que implica que 17 aeronaves continuem sem poder combater os fogos.
No primeiro ano que a Força Aérea tomou conta dos concursos de aluguer de meios aéreos para combate a incêndios, duas empresas, a Babcock e a Agro-Montiar, contestaram a atribuição de quatro lotes de meios a outras empresas (Helibravo, CCB e HeliPortugal). Em causa estão 15 helicópteros (12 médios e três pesados para substituírem os Kamov do Estado que continuam parados) e dois aviões médios, chamados Fireboss.
Estes processos continuam a correr em tribunal, mas passaram de Lisboa para Viseu, uma vez que o tribunal administrativo da capital recusou pronunciar-se por razões territoriais.
Outro caso que ainda está em tribunal tem a ver com os três helicópteros ligeiros do Estado. A renovação do contrato foi atribuída à HeliPortugal e contestada pela HTA em Loulé. Apesar de ainda não ter havido uma decisão final, o tribunal levantou os efeitos suspensivos, o que permite a execução do contrato durante o processo judicial.
Entretanto, facilitando a tarefa da Força Aérea, no final da semana passada, o Tribunal de Contas deu visto aos contratos para os 18 meios alugados restantes, que estão a ser substituídos por contratos por ajustes diretos, o que permitiu à ANEPC ter à sua disposição, desde o último fim-de-semana, 40 aeronaves.