A mão humana na destruição da biodiversidade pode fazer com os animais mais pequenos, que ocupam menos espaço, tenham mais probabilidade de sobreviver do que os animais maiores.
O número de seres humanos tem aumentado exponencialmente e, eventualmente, poderá chegar ao ponto em que o espaço que temos para nós seja cada vez menor e tenhamos que nos expandir para zonas anteriormente ocupadas por animais.
Nesse caso, os animais mais pequenos e que ocupam menos espaço poderão ter mais probabilidade de sobreviverem. Por outro lado, animais de grande porte terão cada vez menos espaço para si e poderá levar à sua extinção. Por isso, calcula-se que, dentro do próximo século, o tamanho médio de um animal na Terra “encolha” 25%.
Estas são as conclusões de um estudo publicado este mês na revista Nature Communications, que realça ainda que os grandes mamíferos e as aves são provavelmente os que vão sofrer mais com a influência humana.
Para perceberem como as espécies podiam ser afetadas, os cientistas da Universidade de Southampton estudaram a massa corporal, o tamanho da ninhada, o habitat, a dieta e a vida útil de mais de 15 mil mamíferos e aves. Seguidamente, cruzaram a informação com a Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da União Internacional para a Conservação da Natureza.
“De longe, a maior ameaça aos pássaros e mamíferos é a humanidade – com os habitats a serem destruídos devido ao nosso impacto no planeta, como desmatamento, caça, agricultura intensiva, urbanização e os efeitos do aquecimento global”, disse o autor do estudo, Rob Cooke.
De acordo com o All That’s Interesting, as pequenas espécies que se alimentam de insetos, que têm grandes ninhadas e que aguentam vários climas, serão as mais resistentes a sobreviverem.
“O ‘encolher’ substancial de espécies que previmos poderia gerar impactos negativos adicionais para a sustentabilidade a longo prazo da ecologia e da evolução”, acrescentou Cooke.
A perda de animais como o rinoceronte ou o condor, segundo o autor do estudo, podem levar a que outras espécies sofram por tabela. “Se os perdermos, outras espécies que dependem deles também podem ser extintas”, explicou o cientista.