Joaquim Couto, antigo presidente da câmara de Santo Tirso, e a sua esposa, Manuela Couto, são suspeitos de ter influenciado a promoção da filha de Laranja Pontes na câmara municipal de Matosinhos.
A filha do ex-presidente do Instituto Português de Oncologia do Porto, Laranja Pontes, foi promovida de técnica superior na câmara de Matosinhos para chefe do gabinete da presidente da autarquia, Luísa Salgueiro. Agora, Joaquim Couto e Manuela Couto são suspeitos de crime de corrupção por terem alegadamente influenciado a promoção da filha do médico.
Segundo o Ministério Público, a promoção concedeu-lhe um vencimento de 90% da remuneração base dos vereadores, o que representa uma “vantagem patrimonial ilegítima“.
O jornal Público explica que Laranja Pontes terá pedido o favor a Joaquim Couto em troca de favorecimento a empresas da sua esposa em ajustes diretos realizados pelo IPO. As acusações ao casal surgiram depois da análise de uma escuta de uma chamada entre Manuela Couto e a gerente de uma das suas empresas.
Joaquim Couto é ainda acusado de ter ordenado que um motorista da câmara de Matosinhos transportasse o filho desde a sua casa, em Leça da Palmeira, até ao aeroporto de Lisboa. Além disso, é suspeito de quatro tentativas de tráfico de influências em 2018.
O juiz de instrução realça a importância das escutas telefónicas, que neste caso provam que os arguidos “sabiam e tinham consciência” dos seus atos. O argumento usado pela defesa de que eram declarações de circunstância não surtiu efeito sobre o juiz. As escutas foram também cruciais no caso de Miguel Costa Gomes, o presidente da câmara de Barcelos, que continua a exercer funções.