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Crise “não é de direita nem de esquerda” mas do sistema político

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PSD - Partido Social Democrata / Flickr

Francisco Pinto Balsemão

O militante número um do PSD, Francisco Pinto Balsemão, defendeu esta terça-feira que existe uma crise do sistema político, mas que esta não é “de direita, nem de esquerda”, numa conferência ao lado do presidente do partido, Rui Rio.

Pinto Balsemão, que lidera o Conselho de Opinião da comissão para a reforma do sistema político e eleitoral do PSD, foi questionado sobre a análise feita, na sexta-feira, pelo Presidente da República de que “há uma forte possibilidade de haver uma crise na direita portuguesa nos próximos anos”.

“A crise não é de direita, nem de esquerda, a crise é realmente de um sistema político que, em muitos aspetos – este é um deles -, está ultrapassado e precisa de conquistar o apoio popular e a vontade das pessoas de participarem e perceberem que a democracia é de longe o melhor sistema político em que podemos viver”, respondeu o antigo primeiro-ministro.

No sábado, o líder do PSD, Rui Rio, já tinha discordado da análise do Presidente da República sobre a possibilidade de uma crise na direita portuguesa, considerando-a uma visão “otimista” e “superficial”, e defendeu que a crise é “transversal” ao regime.

Pinto Balsemão apelou aos eleitores para que “não acreditem nem nos populismos de direita, nem de esquerda” e “não acreditem na meritrocracia como forma de substituir a democracia”. “Isso é que tem de ser o empenho de todos os partidos políticos. E o PSD, mais uma vez, pode e vai dar o exemplo”, afirmou.

Por sua vez, o líder do PSD voltou a a defender a redução de deputados através da representação dos votos brancos e nulos na Assembleia da República, salientando tratar-se de uma opinião pessoal. Numa conferência de imprensa após a reunião do Conselho de Opinião da comissão para a reforma do sistema eleitoral e político do PSD, Rio considerou este tema “altamente prioritário” e assegurou que o partido terá no seu programa eleitoral propostas para “aproximar os eleitores dos eleitos”.

Questionado se os sociais-democratas poderão voltar a defender a redução do número de deputados, Rio preferiu dar apenas a sua posição pessoal, reiterando a ideia de que os votos brancos e nulos deveriam ter expressão no Parlamento.

“Na minha opinião sim, na minha opinião estaria a redução de deputados pelo lado da contagem de votos brancos e nulos. Ou seja, a Assembleia da República teria uma composição variável: tinha um máximo e mínimo. Se elege mais ou menos deputados, teria a ver com o número de votos brancos e nulos”, afirmou, ressalvando que a abstenção não contaria nesta sua proposta e que o limite mínimo andaria à volta dos 180 deputados.

“Se o partido a leva para a mesa de negociações, iremos ver. Se os outros aceitam mais à frente também”, ressalvou. Questionado se tal ideia não poderia provocar a implosão do sistema político, Rio respondeu com outra pergunta: “O sistema já não está hoje a vir abaixo?”. “Temos consciência que não o fazemos sozinhos, precisamos dos outros partidos, particularmente do PS”, afirmou.

// Lusa

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2 Comments

  1. Sábias e lúcidas palavras de UM GRANDE SENHOR que, ao longo da sua Vida, tem sempre sabido ser, estar, fazer e ajudar. Bem haja.

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