Iraque condena três franceses a pena de morte por pertencerem ao Estado Islâmico

Ali Abbas / EPA

Três homens de nacionalidade francesa foram este domingo condenados a pena de morte, pelo tribunal de Bagdade, capital do Iraque, por pertenceram ao Estado Islâmico, avança a AFP, que cita o juiz que leu a sentença considerada inédita.

Os condenados, Kévin Gonot, Léonardo Lopez e Salim Machou têm agora 30 dias para recorrer da pena aplicada. Os três homens faziam parte do grupo de 14 cidadãos franceses capturados na Síria por uma aliança árabe-curda.

Em fevereiro deste ano, foram transferidos para o Iraque para o julgamento. Os interrogatórios na sala de audiências duraram quatro meses. Kévin Gonot, de 32 anos, nascido em Figeac, no sudoeste da França, ao juiz na sessão deste domingo que estava arrependido de se ter juntado ao Estado Islâmico.

Os três homens já julgados “foram condenados a serem executados depois de ter sido provado que tinham pertencido à organização terrorista Daesh”, disse uma fonte do tribunal que não se identificou por não estar autorizado a falar com a comunicação social.

“Os franceses disseram que rejeitavam a decisão do tribunal e pediram para serem julgados em França, mas os juízes ignoraram o pedido”, disse um advogado. Existe a possibilidade de recurso.

Embora a código penal iraquiano preveja a pena de morte para qualquer pessoa que se tenha juntado a uma organização terrorista, a sentença está a ser considerada inédita pelos cidadãos iraquianos.

Até agora, só três pessoas — também de nacionalidade francesas — tinham sido condenadas por pertencerem ao Estado Islâmico. Ainda assim, Mélina Boughedir, de 27 anos, Djamila Boutoutaou, 28, e Lahcène Gueboudj, 58, foram condenados a uma pena de prisão perpétua e não de morte.

O Governo francês tem-se recusado a aceitar de volta combatentes do Daesh e as suas mulheres – ainda que tenha recebido algumas crianças. O ministro Jean-Yves Le Drian, com a pasta dos Negócios Estrangeiros, tem-se referido a estas pessoas como “inimigos” da nação e defendido que devem ser julgadas na Síria ou no Iraque.

ZAP //

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