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Belenenses vs Sporting | Leão irresistível faz História

António Cotrim / Lusa

O Sporting conseguiu a sua maior goleada da temporada, a segunda mais expressiva de toda a Liga NOS.

Na visita ao Belenenses, no Jamor, os “leões” venceram por 8-1, num jogo de sentido único que desde cedo se começou a definir pelos erros individuais e colectivos dos homens da casa, que ofereceram golos e viram-se em inferioridade numérica numa fase madrugadora do encontro.

A insistência em construir jogo de trás com passes curtos esbarrou num Sporting que se preparou para esse facto e provocou o erro, acabando por aproveitar a maioria dos lances de perigo. Bruno Fernandes, com três golos, foi a figura da partida, que teve ainda no regresso de Bast Dost um dos destaques.

O Jogo explicado em Números

  • Arranque muito forte do Sporting, a estar perto de marcar por duas vezes no mesmo lance ao segundo minuto, tendo o primeiro remate, de Raphinha, acertado no colega de equipa Luiz Phellype e o segundo, de Gudelj, sido afastado em cima da linha de golo por Cleyton. Respondeu o Belenenses aos seis, com Jonatan Lucca a atirar às malhas laterais.
  • Até que aos dez minutos o Sporting marcou mesmo. Muriel Becker, na tentativa de reposição da bola, colocou-a nos pés de Raphinha e este rematou a contar para a baliza deserta. Um golo ao quarto remate leonino, segundo enquadrado.
  • Jogo com bastantes incidências nos primeiros 20 minutos, oportunidades de golo e alguns bons lances. O Belenenses, no seu estilo de passe curto e futebol apoiado, mostrava-se algo previsível para um “leão” mais agressivo nos duelos, registando o Sporting, nesta fase, cinco remates (dois enquadrados) contra apenas um dos “azuis”. Em termos de posse de bola, o equilíbrio era a nota dominante.
  • Aos 21 minutos, Muriel cometeu o seu segundo e último “pecado” no jogo. Bruno Fernandes isolou Raphinha com um passe magistral, o guarda-redes saiu-se da baliza e carregou o extremo leonino fora da área. Livre directo e cartão vermelho para o guardião, que deixou a sua equipa reduzida a dez.
  • À meia-hora já era evidente a superioridade do Sporting no jogo, com 52% de posse, oito remates (contra um), três enquadrados e impressionantes 94% de eficácia de passe. Os “azuis”, ainda assim, apresentavam assinaláveis 87% de acerto nas entregas, num jogo sem qualquer pontapé de canto até este momento.
  • Últimos minutos do primeiro tempo mais pausados, sem grandes lances de perigo, perante um Belenenses mais recuado, mas ainda assim a manter a identidade inalteradaapenas quatro alívios, numa equipa que quer sempre sair a jogar com a bola nos pés.
  • Em cima do intervalo, o Sporting chegou ao 2-0. Luiz Phellype chegou ao seu sétimo golo na Liga – todos de bola corrida, ultrapassando Bas Dost nesse detalhe -, com um remate na grande área sem marcação.
  • O guardião Guilherme Oliveira, que havia entrado após a expulsão, ainda tocou na bola, mas deixou-a entrar na baliza, parecendo mal batido.
  • Jogo fácil para o Sporting ao intervalo, muito por culpa da prestação individual e colectiva do Belenenses.
  • A formação “azul” não quis mudar o seu estilo de jogo, levando ao extremo a tentativa de levar sempre a bola no pé para o ataque, e acabou empurrado pelo “leão”, que caía em cima do portador da bola com bastante agressividade.
  • Muriel, que deu um golo bem cedo ao Sporting ao errar um passe curto, acabou expulso pouco depois, com os homens da casa sem conseguirem sair para o ataque.
  • Quem não teve culpa foi a formação de Alvalade, que aproveitou bem as situações para marcar dois golos, dominar na posse de bola, eficácia de passe (94%) e remates.
  • O melhor em campo era Raphinha, com um GoalPoint Rating de 7.0. O brasileiro fez um golo em três remates, esteve no lance do vermelho a Muriel, fez dois passes para finalização e errou apenas dois passes.
  • Guilherme negou o golo a Bruno Fernandes logo no arranque do segundo tempo, com uma bela defesa perante o médio leonino, completamente isolado. Mas quem marcou foi o Belenenses que, mesmo em inferioridade numérica, entrou mais afoito após o descanso. Aos 61 minutos, Matija Ljujic rematou para defesa complicada de Renan Ribeiro e Licá aproveitou para fazer a recarga fácil, ao quinto remate dos “azuis” no segundo tempo, terceiro enquadrado.
  • Contudo, aos 65 minutos, o “leão” voltou à vantagem de dois golos. Gudelj rematou de fora da área, a bola desviou em André Santos e enganou Guilherme. O Sporting fazia o terceiro golo ao 16º remate, sexto enquadrado, numa altura em que registava 62% de posse de bola e ainda um relevante acerto no passe (90%).
  • Bruno Fernandes fez o 4-1 aos 70 minutos, de grande penalidade, a castigar uma falta assinalada a Sagna sobre Luiz Phellype, acabando em definitivo com as dúvidas em relação ao vencedor. E aos 75 minutos, o médio bisou, após bom trabalho de Luiz Phellype, que fez a sua primeira assistência na Liga.
  • Bas Dost entrou logo a seguir e, na primeira intervenção na partida, fez o 6-1, a dois tempos, voltando a apanhar Luiz Phelyppe em golos de bola corrida. Ao 19º remate, nono enquadrado, o “leão” chegava à meia-dúzia, na sequência de mais um erro colectivo do Belenenses na tentativa de construir jogo.
  • A estatística ia mostrando um sentido único e a total superioridade do “leão”. À passagem no minuto 80 já a equipa de Alvalade registava 20 remates, metade deles enquadrados, com um excelente aproveitamento. Aos 83, Bas Dost acertou no poste e no lance seguinte, Bruno Fernandes chegou ao “hat-trick”, através de um remate de primeira, após centro de Marcos Acuña.
  • Doumbia foi o autor do oitavo golo leonino, num belo lance colectivo que começou na direita, com uma simulação de Bas Dost pelo meio. Logo a seguir, o árbitro deu por terminado o jogo.

O Homem do Jogo

Mais uma vez, Bruno Fernandes. O jogo foi fácil para o Sporting desde cedo, ainda mais após a expulsão de Muriel, mas ainda assim foi o médio aquele que conseguiu brilhar mais do que todos os outros, registando um GoalPoint Rating de 8.9.

O internacional luso marcou três golos em nove remates, cinco deles enquadrados, fez uma assistência em quatro passes para finalização e terminou com 84% de eficácia de passe. Uma tarde para recordar e que o coloca a dois golos do melhor marcador da Liga, o benfiquista Haris Seferovic.

Jogadores em foco

  • Nemanja Gudelj 7.5 – O médio realizou a melhor exibição desde que chegou a Portugal. Para além do golo que marcou, fez três remates, dois deles enquadrados, terminou com 89% de eficácia de passe e ganhou os dois duelos aéreos defensivos em que participou.
  • Luiz Phellype 7.4 – O brasileiro não pára de marcar e voltou a fazê-lo no Jamor, chegando ao sétimo tento na Liga 2018/19. O brasileiro fez três remates (um enquadrado) e a sua primeira assistência de leão ao peito, com duas ocasiões flagrantes criadas em dois passes para finalização.
  • Raphinha 6.9 – O melhor jogador da primeira parte acabou por sair aos 75 minutos, Entretanto já tinha deixado a sua marca na partida, com um golo em três remates, dois passes para finalização e sete passes longos certos em oito.
  • Bas Dost 6.1 – O holandês regressou aos relvados após lesão e no primeiro lance em que participou, marcou. Em apenas 15 minutos em campo, Dost enquadrou dois de três remates e fez a simulação que permitiu a Doumbia estrear-se a marcar pelo Sporting. Tudo isto em somente cinco acções com bola.
  • Licá 5.2 – O naufrágio da “nau” belenense foi total e só dois jogadores registaram um rating positivo. O melhor da equipa da casa foi Licá, o autor do golo de honra da sua equipa, tento terminado com dois remates, um passe para finalização e 15 passes certos em 16.

Resumo

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