A família de um português de 39 anos, que morreu num acidente de trabalho em Espanha, está indignada porque o corpo do madeireiro desapareceu. O cadáver terá sido cremado por engano em Vigo, pelo que foi possível apurar.
Jorge Miguel da Cunha, de 39 anos, morreu depois de um acidente de trabalho em Espanha, deixando a família em Portugal de luto. Mas quando a agência funerária se deslocou ao Hospital Nicolás Penha, em Vigo, para levantar o corpo, não o encontrou.
O cadáver do madeireiro natural de Cossourado, em Paredes de Coura, terá sido levado por engano por outra agência funerária, conforme reportam o Jornal de Notícias (JN) e o Correio da Manhã (CM).
“Havia outro corpo que estava num tanatório (instalações destinadas a acolher cadáveres antes de estes serem cremados ou sepultados) de Vigo, mas a funerária espanhola pensava que estava no hospital e como só lá havia um, levantou-o e levou-o para incinerar”, conta uma fonte não identificada ao JN, referindo que “aparentemente, houve uma troca”.
“Ainda não se sabe oficialmente se foi cremado, mas aparentemente tudo indica que sim porque caso contrário já teria aparecido o corpo”, destaca a mesma fonte, frisando que “se foi incinerado estará na funerária de Vigo, que, no fundo, acabou por levantar dois corpos”.
“É uma situação complicadíssima“, assume a dita fonte. Em Portugal, a família do falecido não entende como é que isto aconteceu.
“Como é possível em pleno século XXI, num país europeu, perderem um corpo?” A pergunta é do irmão do falecido, José Carlos Cunha, que, em declarações ao CM, refere que o caso “parece irreal”.
“Como se explica isto à mulher, ao filho [de 6 anos] e até à minha mãe?”, acrescenta, salientando que estão “muito revoltados com tudo isto” e lamentando que não sabem se “alguma vez” lhe poderão fazer “um funeral digno”.
O funeral chegou a ter data e hora marcadas, mas teve que ser cancelado.
As autoridades espanholas já estão a investigar o caso e o Hospital de Vigo também abriu um inquérito interno para averiguar o que aconteceu.
“Alguém tem de ser responsabilizado“, aponta o irmão do falecido, frisando que a família precisa de “saber o que aconteceu”.
Conveniente se for acidente de trabalho, não havendo corpo para a autopsia podem dizer e meter o que quiserem no relatorio. Mais uma caso para arrumarem na gaveta!