Pelo menos quatro pessoas morreram e 182 ficaram feridas na sequência da passagem do ciclone Kenneth pelas Comores, na quarta-feira, que deixou ainda 41.161 pessoas afetadas, de acordo com as Nações Unidas.
Segundo o boletim de domingo do Gabinete de Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA, na sigla em inglês), que cita dados oficiais do Governo das Comores, das 41.161 afetadas 14.541 encontram-se sem abrigos.
“Nas Comores, a rede elétrica foi danificada, deixando a maioria dos habitantes insulares sem energia”, lê-se no documento.
Mais de 10.800 casas foram destruídas. O ciclone também causou uma perda significativa de colheitas, com uma estimativa de 63% das culturas alimentares, 35% das culturas de rendimento e 34% das árvores de fruto foram destruídas. Pelo menos 628 bovinos, 222 ovinos e 770 caprino morreram, segundo a OCHA.
Segundo a OCHA, o Governo identificou como prioridade a assistência e apoio alimentar aos setores da agricultura e das pescas (80 por cento da economia rural da ilha), a remoção de detritos, a realocação de famílias deslocadas, a restauração da rede elétrica, o acesso a cuidados de saúde, a retomada das atividades escolares, o apoio financeiro e material às famílias mais vulneráveis e a gestão de resíduos.
Um dia depois do ciclone Kenneth ter passado pelas Comores atingiu Moçambique como uma tempestade de categoria 4. O ciclone Kenneth foi o primeiro, desde que há registo, a atingir o Norte de Moçambique, onde provocou cinco mortos, segundo número oficiais e numa altura em que ainda decorrem levantamentos em zonas mais remotas.
Quase 3.500 casas foram parcial ou totalmente destruídas, pelo menos 168 mil pessoas foram afetadas pelo ciclone e há mais de 18.000 pessoas em 22 centros de acomodação.
No domingo, três pessoas morreram devido a inundações repentinas causadas por chuva forte em Pemba, capital provincial de Cabo Delgado, norte de Moçambique, anunciaram fontes locais. “Houve três óbitos” na sequência das cheias, referiu o presidente do conselho municipal, citado pela Televisão de Moçambique (TVM), confirmando relatos de moradores nos bairros afetados.
A precipitação foi provocada pela depressão atmosférica que teve origem no ciclone Kenneth, que atingiu a região na quarta-feira e que se dissipou no sábado, mas que deixou chuvas intensas que se devem prolongar durante mais uma semana.
// Lusa