/

França regista vaga anormal de suicídios na polícia

Ian Langsdon / EPA

O número de suicídios na polícia francesa não pára de crescer. As más condições de trabalho são apontadas como a causa possível, num contexto que só piorou com as manifestações dos coletes amarelos.

As causas dos suicídios que têm assolado a polícia francesa ainda não foram estudadas, mas a forte caga de agentes que puseram fim à vida, geralmente a tiro com a arma de serviço, inquieta as autoridades.

Segundo o Expresso, o ministro do Interior, Cristophe Castaner, decidiu tomar medidas em relação a esta vaga anormal e decidiu criar uma “célula de alerta e prevenção do suicídio” enquadrada no que chamou de “plano anti suicídio”.

Além disso, será também aberta uma linha telefónica especial, com psicólogos, em funcionamento permanente para atender os agentes em estado de depressão “Não hesitem, não tenham vergonha, telefonem, falem com os vossos camaradas e comandantes desde que sintam um pequeno problema”, apelou o governante.

Uma das principais causas apontadas para este problema é o cansaço e a saturação com o excesso de trabalho, nomeadamente devido às manifestações violentas dos coletes amarelos e também ao estado de alerta permanente devido à ameaça de atentados terroristas.

Os sindicatos da polícia estão preocupados com esta situação e pedem medidas urgentes para que os problemas sejam resolvidos de raiz. O sindicato “Unité-SGP-FO”, uma das principais organizações dos agentes, apela a reuniões para “pôr fim a esta espiral dramática de suicídios”.

Temos de procurar as verdadeiras causas destes dramas… é intolerável atribuir os suicídios a problemas pessoais dos agentes”, acrescenta o sindicato.

Este sábado, durante confrontos violentos na capital francesa, alguns jdos jovens mais radicais que participavam no 23º sábado consecutivo de manifestações dos coletes amarelos, gritaram frequentemente “Suicidem-se! Suicidem-se!” para os agentes que os enfrentavam.

A classe política condenou esta palavra de ordem entoada por dezenas de manifestantes.

ZAP //

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.