Uma auditoria da Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) avaliou serviços de internamento de crianças e adultos e detetou falhas em todos.
Portas nas maternidades que não fecham automaticamente, videovigilância que não funciona continuamente e controlo insuficiente no acesso às instalações foram algumas das falhas encontradas pela IGAS nas auditorias a três centros hospitalares e um hospital.
Um dos objetivos era avaliar a segurança dos bebés nos hospitais. Desde 2009, depois de dois bebés terem sido raptados no Hospital de Penafiel, foram impostas regras para aumentar a segurança dos recém-nascidos, nomeadamente videovigilância com monitorização contínua e gravação de imagens de alta qualidade, colocação de pulseiras eletrónicas com alarme nos recém-nascidos, portas que fechem automaticamente quando detetadas irregularidades e identificação de todos os profissionais.
Porem, a inspeção verificou que estas regras ainda não são totalmente cumpridas. “Da análise de todos os processos conclui-se que as irregularidades apresentadas são, de modo geral, comuns à maioria das unidades hospitalares auditadas”, refere a IGAS, citado pelo Observador.
A auditoria incluiu um serviço de internamento de adultos, urgências, obstetrícia, pediatria e neonatologia no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, Centro Hospitalar Universitário do Porto, Centro Hospitalar Universitário do Algarve e Hospital do Espírito Santo de Évora.
O serviço de pediatria e neonatologia do Hospital de Faro não tem pulseiras eletrónicas para as crianças, nem sistemas de alarme ou portas de encerramento automático. O sistema de videovigilância no Hospital de Santo António e Centro Materno-Infantil, no Porto, não estão a funcionar corretamente.
No Hospital dos Covões e na Maternidade Bissaya Barreto, em Coimbra, as pulseiras eletrónicas não acionam o encerramento automático das portas. As portas deviam encerrar sempre que uma pulseira se aproximasse ou tentasse passar as portas.
Além disso, há acessos não controlados em alguns hospitais: nos dois hospitais de Coimbra referidos não há registo de visitantes e no Hospital de Évora não há controlo das pessoas que usam as escadas de serviço. Foram detetados casos em que os próprios profissionais de saúde não usavam identificação. Há necessidade de atualizar o plano de segurança e criar medidas de prevenção da criminalidade em alguns hospitais.
Em fevereiro deste ano, uma mulher terá tentado raptar um bebé recém-nascido no Serviço de Obstetrícia do Hospital de São João, no Porto. A tentativa de rapto terá acontecido por volta das 19h00 e foi travada pela família do bebé recém-nascido, apesar de a mulher estar, alegadamente, disfarçada de médica.