A oposição venezuelana e simpatizantes de Maduro voltam às ruas de Caracas, para o que anunciaram que serão “grandes manifestações”, uns em protesto contra os apagões elétricos e outros para defender o programa do Governo.
O autoproclamado Presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, anunciou que a oposição vai marchar para “acabar com a escuridão”, no leste de Caracas, concentrando-se pelas 11h00 locais (16h00 de Lisboa) junto à sede da estatal Corporação Elétrica Nacional (Corpoelec) em El Marques.
Além de protestar pelos cada vez mais frequentes apagões no país, a oposição pretende dar início à “Operação Liberdade”, centrada na proposta de Juan Guaidó de um “Governo de transição e eleições livres”.
A marcha da oposição decorre depois de a Assembleia Constituinte ter retirado a imunidade a Guaidó e ter autorizado o Supremo Tribunal de Justiça a avançar com um julgamento contra ele, por se ter autodeclarado Presidente interino da Venezuela e por, alegadamente, ter recebido financiamento nacional e internacional sem o declarar oficialmente.
Em reação aos protestos da oposição, o regime de Maduro convocou também, a partir das 09h00 locais (14h00 de Lisboa), uma manifestação com três pontos de concentração em Caracas: a avenida Libertador, a avenida Nova Granada e a avenida Sucre.
A ideia, segundo o coordenador de mobilizações do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV, o partido do Governo), Darío Vivas, é que as manifestações pró-governamentais confluam para o palácio presidencial de Miraflores, para apoiar o chefe de Estado, Nicolás Maduro, e o programa do seu executivo, o “Plano da Pátria” (2019-2025).
Por causa dos protestos, a embaixada dos Estados Unidos em Caracas emitiu na quinta-feira um alerta de segurança para os cidadãos norte-americanos na Venezuela, instando-os a deixar o país “enquanto os voos comerciais estão disponíveis”, porque as manifestações “podem continuar nos próximos dias”. No documento, a representação diplomática norte-americana traça também um retrato da situação no país e propõe uma espécie de guia de sobrevivência.
“Devido a problemas contínuos com a rede elétrica nacional, grande parte da Venezuela continua a ter interrupções elétricas. O abastecimento público de água, as redes de telemóvel e Internet estão afetados. Além disso, muitos hospitais são incapazes de fornecer serviços de emergência, devido às condições atuais”, descreve.
“Se optar por ficar, certifique-se de que tem mantimentos adequados para se abrigar localmente; evite concentrações e grandes reuniões; monitorize a imprensa local para se atualizar; reveja os planos de segurança pessoal; esteja consciente da situação à sua volta; reveja completamente as informações sobre viagens à Venezuela e visite a página de informações sobre violência na Venezuela em State.Gov”, aconselha o documento.
// Lusa