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Risco de incêndio florestal. Governo declara “situação de alerta” até domingo

Paulo Novais / Lusa

Os ministros da Administração Interna e da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural já assinaram um despacho que proíbe a “realização de queimadas, de queimas de sobrantes de explorações agrícolas e florestais e de ações de gestão de combustível com recurso à utilização de fogo”.

Esta terça-feira, realizaram-se 135 incêndios rurais no continente que mobilizaram 1630 operacionais, quase 500 meios terrestres e quatro aéreos, segundo o balanço do dia feito pela Proteção Civil. Porto, Braga e Aveiro foram os distritos que concentraram o maior número de ocorrências: 28, 27 e 19, respetivamente.

Por esse motivo, os próximos dias são de “situação de alerta”. Os ministros da Administração Interna e da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural já assinaram o despacho devido ao risco de incêndio florestal.

“Face às previsões meteorológicas para os próximos dias, que apontam para um significativo agravamento do risco de incêndio florestal no território do continente, e considerando a decisão da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, que determinou a passagem do Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais ao Estado de Alerta Especial Amarelo em todos os distritos, os ministros da Administração Interna e da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural assinaram hoje o despacho que determina a Declaração da Situação de Alerta”, lê-se no comunicado enviado às redações.

A “situação de alerta”, prevista na Lei de Bases de Proteção Civil, obriga a adoção de medidas “de caráter excecional”, como a “elevação do grau de prontidão e resposta operacional da GNR e PSP”, o reforço de meios para operações de vigilância, fiscalização e “apoio geral às operações de proteção e socorro”, proibição de queimadas e dispensa de trabalhadores, quer do setor público, quer do privado, que desempenhem funções de bombeiro voluntário, adianta o jornal Público.

“O Governo acompanha em permanência o evoluir da situação operacional e apela aos cidadãos para que adequem os seus comportamentos ao quadro meteorológico que tem sido amplamente divulgado”, lê-se ainda no comunicado.

O risco de incêndios manter-se-á elevado nos próximos dias, genericamente em todo o território do continente. “O risco de incêndio está elevado em todo o território porque os ventos são secos. Está tudo muito seco. Os solos estão secos e não tem chovido”, indicou a meteorologista do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

“Além disso, o vento é de leste soprando com alguma intensidade sobretudo nas terras altas onde sopra moderado a forte”, acrescentou Maria João Frada.

A humidade baixa e as temperaturas máximas elevadas atípicas para esta altura do ano têm agravado a situação. Esta quarta-feira, o IPMA colocou em risco máximo de incêndio os concelhos de Loulé, São Brás de Alportel, Tavira e Alcoutim, no distrito de Faro.

O instituto colocou ainda em risco elevado de incêndio 43 concelhos de Faro, Évora, Beja, Santarém, Portalegre, Castelo Branco, Coimbra, Viana do Castelo, Viseu e Bragança.

LM, ZAP // Lusa

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