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Porto vs Marítimo | Triunfo sob batuta de “maestro” Corona

Fernando Veludo / EPA

O FC Porto garantiu mais três pontos, na recepção ao Marítimo. O jogo foi condicionado pela expulsão de Lucas  Áfrico, mas os “dragões” assumiram o domínio absoluto dos acontecimentos.

Num jogo condicionado desde muito cedo pela expulsão de Lucas Áfrico, os “dragões” assumiram o domínio absoluto dos acontecimentos e registaram alguns máximos da época a nível colectivo – remates dentro da grande área num só jogo, 25 – e individual, com destaque absoluto para Jesús Corona, dono de uma das melhores exibições da temporada, a nível estatístico.

O triunfo por 3-0 acabou por ser natural, mas o Porto sentiu dificuldades para criar perigo até ao penálti que abriu o activo, devido à falta de espaços. O Marítimo, por seu turno, não fez qualquer remate, algo inédito desde que há registos Opta em Portugal.

O Jogo explicado em Números

  • O jogo começou com o Porto a pressionar de imediato no ataque e com o árbitro a assinalar penálti, aos quatro minutos, por suposto braço de Nanu, mas a decisão foi revertida após visualização do VAR. Porém, aos oito, o mesmo vídeo-árbitro entrou em acção para Lucas Áfrico ver cartão vermelho directo, por falta sobre Moussa Marega quando este se ia isolar.
  • O jogo já se previa difícil para os insulares e mais complicado ficou ainda. No primeiro quarto-de-hora os “dragões” registaram 84% de posse de bola e três remates, mas nenhum com a melhor direcção. A falta de espaços junto à área maritimista não ajudava à qualidade dos disparos.
  • A pressão do “dragão” era intensa, com a equipa da casa a registar oito remates à passagem da meia-hora, mas somente dois enquadrados, e também 12 cruzamentos de bola corrida e quatro cantos, contra nenhum destes lances do lado contrário. Era um jogo de sentido único.
  • O guarda-redes Charles ia-se evidenciando, chegando aos 40 minutos com três defesas, duas a remates na sua grande área, três saídas a soco e diversas intervenções a antecipar-se aos avançados portistas, que continuavam a sentir dificuldades para encontrar espaços. Ainda assim, Marega já registava duas ocasiões flagrantes desperdiçadas, mas também quatro remates, dois deles com boa direcção.
  • Final de primeiro tempo frenético. O Marítimo, reduzido a nove, por lesão momentânea de René Santos, foi completamente empurrado para a sua área e, num lance de insistência, Herrera atirou forte à barra, com Danilo Pereira a marcar na recarga, mas o tento foi anulado por fora de jogo.
  •  Já se previa um domínio forte do FC Porto neste jogo, mas essa superioridade ficou ainda mais vincada devido ao facto de o Marítimo se ver cedo em inferioridade numérica. Assim, os “dragões” chegaram ao intervalo com 80% de posse e 16 remates, porém apenas quatro enquadrados. Os insulares, encolhidos no jogo, não realizaram qualquer disparo. O melhor nesta fase era Jesús Corona. Novamente no lado esquerdo do meio-campo, o mexicano registava um GoalPoint Rating de 6.9, com cinco passes para finalização, três cruzamentos eficazes em seis e quatro dribles completos em cinco tentativas.
  • A segunda metade começou com mais consultas ao VAR e desta feita deu mesmo penálti para o Porto, por mão de João Gamboa a remate de Tiquinho Soares. Na conversão do castigo máximo, Alex Telles (57′) abriu o activo, naquele que foi o 19º remate portista no jogo, quinto enquadrado.
  • O mais difícil para o Porto estava feito e, à hora de jogo, os “dragões” registavam 73% de posse de bola desde o descanso, três remates, um enquadrado, 89% de eficácia de passe e um total de 14 disparos realizados dentro da área maritimista. Os visitantes continuavam sem qualquer remate.
  • Grande jogo de Corona, que registava um rating muito elevado por volta dos 70 minutos, um 8.4 sem, contudo, somar qualquer golo ou assistência. Mas esta esteve quase a surgir aos 72 minutos, altura em que o Porto fez o 2-0. O mexicano bateu o canto da esquerda, Éder Militão cabeceou e Marega desviou ligeiramente a bola, sendo a assistência atribuída ao central brasileiro e o golo ao maliano.
  • O jogo estava decidido, com os anfitriões a entrarem no derradeiro quarto-de-hora com 71% de posse de bola no segundo tempo, 11 remates, três enquadrados, 88% de eficácia de passe e sem deixar o Marítimo aproximar-se sequer da sua baliza.
  • Danilo Pereira ainda fez golo aos 83 minutos, mas o seu cabeceamento foi anulado por fora-de-jogo, e aos 84, Soares atirou ao poste esquerdo da baliza de Charles. Adivinhava-se mais um golo, que viria a surgir aos 88 minutos. Corona assistiu Brahimi na esquerda e este rematou cruzado, sem hipóteses de defesa.

O Homem do Jogo

Exibição de grande nível de Jesús Corona, que parece ter encontrado no flanco esquerdo o seu habitat natural para brilhar a grande altura, como nunca havia feito até ao momento no FC Porto.

O mexicano terminou o jogo com um GoalPoint Rating de 9.3, sem precisar sequer de marcar um golo. Destaque para a assistência que fez para o golo de Brahimi, mas o mais relevante é o elevado número de passes para finalização que realizou, nada menos que dez, novo máximo da Liga NOS 2018/19.

Para além dos quatro remates que fez, Corona tentou ainda dez vezes o cruzamento e completou cinco, igualando também número máximo de eficazes esta temporada na prova. E ainda terminou com 92% de eficácia de passe, 104 acções com bola (máximo do jogo) e seis dribles completos em sete tentativas. Para mais tarde recordar.

Jogadores em foco

  • Moussa Marega 7.6 – Frente à sua antiga equipa, o maliano foi um “quebra-cabeças”, registando um rating bem interessante apesar de ter desperdiçado duas ocasiões flagrantes. Marega fez um golo em sete remates, quatro enquadrados (ambos máximos do jogo), e criou uma ocasião flagrante em três passes para finalização.
  • Éder Militão 7.5 – O brasileiro começou a lateral-direito e terminou a central. E foi já nessa “nova” posição que contribuiu decisivamente para o 2-0, ao cabecear para a emenda de Marega. Militão terminou com uma assistência, três ocasiões flagrantes criadas em quatro passes para finalização e recuperou 11 vezes a posse de bola.
  • Yacine Brahimi 6.8 – O argelino jogou somente 23 minutos, mas foi o suficiente para deixar a sua marca. Para além do golo que fez, realizou dois passes para finalização e completou as suas duas tentativas de drible.
  • Alex Telles 6.7 – O lateral brasileiro, chamado este sábado para representar a selecção do Brasil – em jogo com o Panamá no Estádio do Dragão -, foi um dos grandes dinamizadores ofensivos da sua equipa. Com um golo em quatro remates (dois enquadrados), Telles fez ainda dois passes para finalização e oito cruzamentos, mas só um eficaz.
  • Charles 6.1 – O melhor do Marítimo foi o seu guarda-redes. Charles teve uma noite de muito trabalho e nada podia ter feito para evitar os três golos que sofreu. Ao todo realizou cinco defesas, três a remates dentro da sua área, duas delas seguras, uma a remate ao ângulo e ainda somou quatro saídas a soco.

Resumo

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