O cartoonista e escultor Augusto Cid morreu esta quinta-feira de manhã em Lisboa, disse à agência Lusa um familiar. Tinha 78 anos e estava doente há muito tempo.
Augusto Cid destacou-se como cartoonista, tendo trabalhado em vários jornais e revistas, nomeadamente Vida Mundial, O Diabo, Grande Reportagem, O Independente e no semanário Sol, assim como na TVI, sempre com uma perspetiva da atualidade, tendo editado, entre outros títulos, o catálogo “Cid, o Cavaleiro do Cartoon”, que acompanhou a exposição homónima.
Como escultor, tem várias obras no país, como a peça de homenagem às vítimas dos atentados de 11 de setembro de 2001, instalada no cruzamento das avenidas de Roma e Estados Unidos da América, em Lisboa, e a dedicada a Nuno Álvares Pereira, em Lisboa, no Restelo, inaugurada em novembro de 2016, pelo Presidente da República, entre outras individualidades.
Nascido nos Açores, na ilha do Faial, Augusto Cid estudou nos Estados Unidos e foi neste país que começou a publicar cartoons “sobre política americana”, que “tinham muito pouca repercussão, pois saíam num jornalinho local de Laguna Beach”, contou em 2012 ao Correio da Manhã.
Nessa entrevista ao diário, o cartoonista assumiu ainda que tentou “duas vezes” desenhar cartoon em computador, mas não lhe “pareceu genuíno”. “Entendo que o desenho e a pintura devem mostrar o traço e o toque de pincel que estão na origem dessa intervenção”, referiu ainda.
Antigo combatente na guerra do Ultramar, destacado para Angola durante dois anos, foi militante do PPD-PSD e amigo de Francisco Sá Carneiro. Foi um cartoonista eminentemente político, tendo desenhado figuras como Ramalho Eanes (de quem foi antigo e forte opositor), Mário Soares, Francisco Pinto Balsemão, Pedro Santana Lopes ou Angela Merkel, entre muitos outros.
O velório de Augusto Cid realiza-se na sexta-feira, a partir das 17h00, na Basílica da Estrela, em Lisboa, onde será rezada missa de corpo presente no sábado, pelas 10h00, seguindo-se o funeral para o cemitério do Alto de São João, onde será realizada a cerimónia de cremação.
ZAP // Lusa