Um surto de salmonela relacionado com produtos de alimentação infantis baseados em proteína de arroz infetou mais de 30 crianças em França, na Bélgica e no Luxemburgo, divulgou o Centro Europeu de Controlo de Doenças.
De acordo com o Centro Europeu, o surto de salmonella poona infetou 32 crianças (30 em França, uma na Bélgica e outra no Luxemburgo) entre agosto do ano passado e fevereiro deste ano.
Os produtos suspeitos, baseados em proteínas de arroz, foram fabricados em Espanha entre agosto e outubro de 2018, comercializados por uma empresa francesa e distribuídos para a UE e para quatro países não europeus através de distribuidores e lojas online.
Em fevereiro, a Agência Espanhola de Segurança Alimentar e Nutrição (Aecosan) recomendou que não fossem consumidos alguns lotes de alimentos infantis das marcas Modilac e Blemil, depois de terem sido detetados na Europa casos de salmonelose que se suspeitava estarem relacionados com o consumo destes produtos.
Num comunicado divulgado na altura, a Aecosan lembrou que a 25 de janeiro tinha sido publicada uma notificação de alerta sobre a infeção por salmonella poona em lactentes em França associada ao consumo desses alimentos infantis da marca Modilac, comercializados pela empresa francesa Sodilac e fabricados em Espanha.
Uma vez que a origem era uma fábrica em Espanha, foram realizadas diversas análises de controlo, tanto pela empresa como pelas autoridades, todos com resultados negativos. No entanto, como medida de precaução, as Astúrias, onde a fábrica está localizada, suspenderam uma das torres de secagem da empresa e retiraram do mercado todos os produtos à base de arroz que ali tinham sido fabricados.
O ECDC diz que, até agora, todos os testes realizados foram negativos para salmonella poona, mas sublinha que a salmonela é difícil de detetar em produtos secos e requer métodos de amostragem e teste com um alto grau de sensibilidade.
Em janeiro deste ano iniciou-se uma retirada destes produtos infantis e alimentos para bebés da mesma marca pela empresa francesa em território francês, seguida de uma recolha no Luxemburgo.
Segundo o ECDC, os alertas públicos entretanto lançados em França, na Bélgica e em Espanha devem diminuir o risco de novas infeções. No entanto, admite, casos de surtos isolados podem ser relatados entre pessoas que tenham comprado ou consumido os produtos antes da retirada do mercado.
Para prevenir infeções durante a utilização de fórmulas para lactentes, o ECDC aconselha os estados-membros a considerarem a prestação de aconselhamento ao público sobre as regras básicas de higiene para a preparação de alimentos destinados a lactentes, incluindo informações sobre a preparação, manuseamento e armazenamento seguro de produtos lácteos em pó.
O Centro Europeu de Controlo de Doenças diz ainda que os casos de salmonelose em lactentes devem ser notificados às autoridades nacionais de saúde para sorotipagem e que os casos isolados de salmonella pona devem ser sequenciados para identificar se estão associados a este surto.
A salmonella poona é um dos subtipos de salmonela que pode causar infeção em humanos. Durante o período de 2013 a 2017 foram reportados casos em 23 países europeus, num total que ronda as duas centenas de casos em cada um dos cinco anos. A salmonela é uma bactéria que pode causar infeções alimentares, provocando vómitos, diarreia e febre.
// Lusa