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“Lobo Mau” condenado a 60 anos por abuso sexual de mais de 270 crianças

O colombiano Juan Carlos Sánchez Latorre, conhecido como “Lobo Mau”, foi condenado na quarta-feira a 60 anos de prisão por abusar sexualmente de pelo menos 276 crianças e adolescentes. O homem de 37 anos confessou os crimes.

De acordo com informações da Procuradoria-Geral da República da Colômbia, Latorre recebeu a pena máxima por violação e atos sexuais com menores de 14 anos e, ainda, por pornografia que envolvia menores de 18 anos. Os crimes foram cometidos entre 2007 e 2008.

Sánchez Latorre abordava as suas potenciais vítimas em shoppings e lojas de videogames. Segundo as autoridades, oferecia dinheiro para que comprassem doces e jogos como forma de convencê-los a acompanhá-lo até a casa onde morava – onde praticava e registava os abusos. Os que recusavam as suas investidas eram agredidos repetidas vezes.

O Ministério Público colombiano afirmou em comunicado que “as agressões eram fotografadas ou gravadas em vídeo e o material partilhado em redes sociais na Internet com utilizadores de outros países”.

Latorre também usava o pseudónimo Big Bad Wolf (Grande Lobo Mau, em tradução livre) para partilhar o material com uma rede de pedófilos online sediada no México. A polícia colombiana o investigava desde 2005.

O “Lobo Mau”, que está preso na prisão La Picota, em Bogotá, recebeu a sua pena através de uma videoconferência. O homem foi preso em novembro de 2017 em Maracaibo, na Venezuela, onde possuía uma identidade falsa. Era considerado foragido da Justiça já há cinco anos.

A 26 de janeiro de 2018, a Procuradoria Geral colombiana formalizou o pedido de extradição. O pedido foi considerado “apropriado” a 7 de junho e a 13 de setembro foi finalmente extraditado, para se apresentar à Justiça.

O “Lobo Mau” é responsável por “vários dos casos mais terríveis de que se tem notícia na última década, no país, contra a liberdade, a integridade e a formação sexual de crianças”, diz a Procuradoria.

Juan Carlos Sánches Latorre nasceu a 13 de setembro de 1980 em El Espinal (Tolima), mas foi criado em Barranquilla, onde foi denunciado por abusos. Informações divulgadas pelo jornal colombiano El Espectador apontam que trabalhou numa empresa de computação durante anos como engenheiro de sistemas.

O jornal diz que em 14 de março de 2008, foi preso dentro de uma investigação sobre a violação de um menor de 14 anos – embora já estivesse a ser monitorizado pelas autoridades desde 2005. “O motivo? Aparentemente mais de 50 violações que tinham sido denunciados contra ele em Barranquilla”, informou o El Espectador.

// BBC

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