Uma escultura de calcário intencionalmente danificada encontrada num santuário de 3.500 anos em Tell Edfu, no sul do Egito, mostra o que parece ser um casal antigo que alguém tentou prejudicar no Além.
A escultura mostra um homem e uma mulher de pé, um ao lado do outro, com inscrições hieroglíficas com os seus nomes e profissões.
Os rostos do casal estavam danificados e a escrita hieroglífica na escultura foi “arranhada”, disse Nadine Moeller, diretora do Tell Edfu Project. “Apagar o nome de uma pessoa no antigo Egipto é geralmente um sinal de alguém querer apagar a memória dessa pessoa e, portanto, obliterar a sua existência na vida após a morte”.
“Para os antigos egípcios, ser lembrado após a morte era muito importante, por isso receberiam ofertas no submundo. Ao apagar o nome de alguém, também se está a tirar a sua identidade e as boas ações que fizeram durante as suas vidas pelas quais serão lembradas depois da morte “, acrescentou Moeller.
Os hieróglifos riscados são difíceis de ler e os investigadores estão a tentar reconstruir e decifrar os símbolos. Até agora, conseguem dizer que o homem “detinha o título de major e a mulher detinha o título honorífico de mulher nobre“, disse Moeller, observando que o casal “pertencia à elite administrativa da cidade de Edfu”.
A identidade e o motivo da pessoa que tentou anular a sua existência não são conhecidos. Também não ainda não se sabe quando a escultura foi intencionalmente danificada.
No santuário onde a escultura foi encontrada está localizada dentro de uma casa de campo com cerca de 367 metros quadrados de tamanho e foi construído em algum momento entre 1.500 a.C e 1.450 a.C, disseram os investigadores num comunicado divulgado pela Universidade de Chicago. O santuário parece ter sido usado para adorar os ancestrais das pessoas que viviam na casa.
Vários outros artefactos foram encontrados no santuário, incluindo uma estatueta esculpida em pedra de diorito negro, que mostra um escriba a segurar num rolo de papiro. Inscrições hieroglíficas na estatueta indicam que o nome do escriba era “Juf”, que pode ser o homem na escultura intencionalmente danificada.
ZAP // Live Science