França vive mais um dia de protestos do movimento “Coletes Amarelos” numa “crise social inédita” que se arrasta há vários dias. Com a posição de Emanuel Macron cada vez mais fragilizada, temem-se as consequências que o movimento pode ter para toda a Europa.
Mais de 400 pessoas foram detidas durante este sábado de manhã em França, e mais de 700 foram interpeladas pelas autoridades – cerca de 600 em Paris -, segundo números do Le Monde, no âmbito dos protestos do movimento “Coletes Amarelos”.
A revolta reflecte uma “crise social inédita” em França, conforme nota o referido jornal, numa altura em que a tensão começa a preocupar outros Estados-membro da União Europeia (UE), temendo que o movimento se alastre para fora das fronteiras francesas.
Em Bruxelas, no coração da UE, uma pequena amostra de “Coletes Amarelos” manifestou-se também, motivando a intervenção da polícia com canhões de água e granadas e mais de 100 detenções, conforme dados dos correspondentes da TSF na capital belga.
Na Alemanha, na Holanda, na Bulgária e na Sérvia, houve também, nos últimos dias, vagas de contestação com os coletes amarelos como marca da luta contra medidas governamentais, em áreas tão distintas como o aumento dos impostos sobre os combustíveis, as políticas de migração ou a interdição de circulação das viaturas diesel mais poluentes.
Mas se não há, para já, qualquer ligação entre estes movimentos, começa a crescer na Europa o receio de que os “Coletes Amarelos” sejam determinantes para o futuro próximo do Velho Continente, até porque estão à porta eleições para o Parlamento Europeu.
“A tomada do poder político da Europa”
A posição de Emmanuel Macron está cada vez mais fragilizada e a sua crise interna “é uma ameaça para toda a Europa“, defende a colunista do The Guardian Natalie Nougayrède num artigo de opinião.
Nougayrède destaca que os protestos de França agradam a extremistas de direita e de esquerda, desde os defensores do Brexit no Reino Unido, à extrema-direita de Marine Le Pen, até aos apoiantes de Matteo Salvini em Itália, considerando que todos eles anseiam pela “agitação e pelo caos nas democracias liberais”.
“O preço que os extremistas procuram é uma tomada do poder político da Europa nas eleições para o Parlamento Europeu de Maio próximo”, alerta a cronista.
Por outro lado, na Alemanha, o que mais preocupa são os aspectos financeiros da UE, com a certeza de que os “Coletes Amarelos” são um desastre para as Finanças da Europa, como se destaca no suplemento do jornal Frankfurter Allgemeine Zeitung (FAZ).
Numa peça intitulada “A revolta”, o FAZ aponta a preocupação germânica com o recuo já manifestado pelo Governo francês nas medidas fiscais anunciadas, no seguimento dos protestos.
É “o princípio do fim” de “todas as iniciativas de reforma e de saneamento das finanças públicas” que a UE, com o Governo alemão à cabeça, defende, salienta o jornal.
Macron era encarado, sobretudo na Alemanha, como a última esperança para “modernizar a França e, ao mesmo tempo, reconstruir a Europa“, mas corre agora o risco de “falhar” perante uma grande maioria de franceses que revelam hostilidade para com as medidas impostas por Bruxelas.
“Depois da Grã-Bretanha, é a França que se desvanece como parceiro europeu fiável da Alemanha”, atira o FAZ, lamentando que “o país sucumbe a uma ‘febre amarela’ – sem esperança de cura rápida”.
O problema principal das grandes (e desejáveis de ter continuidade) democracias da Europa, é que perderam a capacidade de comunicar com a cidadania. De facto perderam não só a capacidade, mas também a vontade política de o fazerem, por darem o poder como adquirido e não verem necessidade de se explicar aos cidadãos.
Algumas reformas e alguns impostos (não todos, entenda-se) são necessários e benéficos para as próprias populações. Para mentes simples e visões superficiais das coisas, os impostos são coisas más e era desejável que não existissem. Mas o que são as nações mais do que o conjunto das pessoas que lá vivem? E se as pessoas não contribuirem todas (daí a designação “contribuições” dada aos impostos) como é que há dinheiro para que as estruturas/instituições dessas nações sejam sustentáveis? As estradas, as pontes, as canalizações, as obras públicas, as administrações públicas, as escolas e a saúde pública, etc… E como é que as pessoas vão todas contribuir de forma voluntária, equalitária e socialmente justa, se essas contribuições não forem impostas pelo Estado (daí a designação “imposto” dada às contribuições).
É muito bonito ir para a rua de colete fluorescente gritar “não pagamos”. Mas sem pagar nem contribuir pra nada, não vai melhorar a vida de ninguém. O que importa é combater a corrupção e todos os vazadouros e sorvedores que desviam as contribuições da cidadania, para fins que não revertem a favor dela. Isso sim! Não é simplesmente querer acabar com os impostos.
Mas como por um lado as pessoas são pouco esclarecidas e por outro, os governos não esclarecem… Torna-se muito fácil para certos oportunistas que querem ganhar um lugar ao sol no poder, finjir estar do lado das populações quando as crises se instalam e manipular a ignorância e os medos das mesmas, dizendo que o problema são os impostos e tudo o que os actuais governos fazem… E que a solução está em votar neles. Mas no fundo, sabe-se bem que se essa gentinha extremista e prepotente for para o poder, ainda se vão servir mais do poder e ainda vão oprimir mais as populações. Aliás, gente com discurso autoritário busca o poder absoluto e se o poder corrompe, o poder absoluto corrompe absolutamente! Como de resto sempre fizeram os extremistas ao longo da História. Só que infelizmente a ignorância e o medo primário são o grande aliado destes populistas que sabem que as pessoas não compreendem os sciclos da história nem aprendem com o erro das gerações anteriores. Acham sempre que os avós eram burros e que eles é que sabem o que querem.
Quando o senhor escreveu para que servem e para onde vão os impostos, esqueceu-se de muita coisa. Esqueceu-se de escrever que, lá como cá, estamos esmifrados com impostos para sustentar ociosos, chupistas, oportunistas, mafiosos e quem não faz a ponta de um corno! Enfim, um Estado pesadão que serve para esmifrar o zé contribuinte.
Está correto, e dá para perceber, mesmo pelo nome, que não vive iludido, como infelizmente muitos vivem!
Daria toda a razão ao sr. Queiroz se o valor dos impostos fosse utilizado para bem dos cidadãos. Infelizmente isso não acontece. Grande parte é para ser desbaratado: desviado, mal empregue e pior, para alimentar a “esbanja” escandalosa e imoral da classe política.
O tabuleiro de xadrez está em grande rebuliço!
.
O rei, a rainha, os bispos, os cavalos e as torres, estão resguardados pelos peões, e representam os poderes económicos que se defrontam numa guerra cada vez mais descarada de supremacia.
.
Os políticos são os peões, por isso, são marionetas e “carne para canhão” dos que estão na fila de trás!
.
O cidadão comum de qualquer nacionalidade ocidental ou oriental nem tem voz activa nesse jogo, mascarado de democracia, evolução e progresso. Limita-se a consumir o que os das filas de trás lhes põem na frente e também a ter de pagar impostos, que pelo menos garantam umas boas vidas aos da fila da frente, aos peões
.
Os peões, são uns seres que sofrem metamorfoses, caracterizadas basicamente pela perda da estrutura óssea, seguindo-se uma degenerescência de ordem mental até à falta de coragem e à submissão absoluta, embora tenham os meios, para pôr na ordem os da fila detrás.
.
A subserviência dos peões, acciona um crescendo de falta de respeito para com todos aqueles que assinaram o cheque em branco (boletim de voto) e lhes facilitaram o acesso ao tabuleiro.
.
O tabuleiro está em grande ebulição… e não vai parar!
Sr. Miguel Queiroz
Estou completamente de acordo com o seu comentário.
Não foi por acaso que o maior moralista da História da Humanidade afirmou;
“Conhecereis a verdade e ela vos libertará”
Quando os povos estiverem esclarecidos irão ver-se livres desta canalha que os quer
arrebanhar para, através deles, alcançarem os seus, mais escuros, intentos.
Pois, quando se escreve:
“temem-se as consequências que o movimento pode ter para toda a Europa”
“temendo que o movimento se alastre para fora das fronteiras francesas”
Não sei que opiniões e pontos de vista se consideram.
No meu e no de muita gente, estaria mais correto o seguinte:
“anseiam-se as consequências que o movimento pode ter para toda a Europa”
“desejando que o movimento se alastre para fora das fronteiras francesas”
Esperemos que o movimento cresça e que tenhamos a revolução que a Europa precisa, acabando-se com este sistema feudal instalado e com os pesados tributos impostos a uma esmagadora maioria para sustento de uma minoria, em grande parte encostada ao aparelho governativo e à função pública por ele escolhida (os famosos boys e girls…).
ameaça para a europa? hahahahahaha
eles estão a combater a ameaça….
Sr. Paulo Silva,
Estou absolutamente de acordo,com o que escreve. O “ politicamente correcto “ e o total divórcio, destes governantes com a população, criou este fenómeno.
E agora teem medo,
Cumprimento
Eu ate percebo e entendo estas manifestações, so nao percebo o que é que a vitrine da minha loja ou o meu carro estacionado na via publica tem a ver com isto…normalmente estas manifestacoes, greves, bloqueios afectam quem nao deve…podiam por exemplo invadir a assembleia ou algo dos governos, não o privado como acontece sempre…sera que os sindicatos assim o exigem?
Pois, tem toda razão, existem os manifestantes e depois, infiltrados no meio deles, existem os vândalos.
O vandalismo é reprovável, principalmente quando incide sobre o cidadão comum, precisamente aquele que tem razões para se manifestar e que, neste caso, em muitas situações é o que está a fazer.
O problema não é a cobrança de impostos, é o aumento dos mesmos para financiar bancos e sustentar a corrupção generalizada da classe politica
Exactamente!!
Bancos e “derivados”!…
Todo o governo que só veja no aumento da carga fiscal a solução para os problemas do país, não presta. É incompetente e deve ser imediatamente demitido.
A Culpa disto são os bilderbergers globalistas Neo-Liberais que provoicam a destruição dos Países através da economia. Como foi possivel que os traidores à Pátria tenham vendido a Nossa Independencia sem o Aval dos Portugueses? já não faltará muito para acabarem com o país Portugal. Vão transformar-nos numa Província. Não Há Nada que a Europa tenha que pague a nossa Independencia de Séculos que custou muito sangue, suores e Lágrimas aos nossos ante-passados. Não abram os olhos não…. e depois não se queixem do que os Políticos traidores vão fazer a Portugal. Aos pouquinhos a Desunião Europeia vai retirando Soberania e Instituições ds países membros para se tornar num Estado centralizado. Portugueses Abram os OLHOS….. Estão assassinando Portugal. A União Europeia Soviética, avança devagar, mas avança e irá alcançar esse objectivo rapidamente, e estão a aproveitar-se de Trump e Putin para andar mais depressa. Apartir de 2022 já não teremos águas territoriais e nem zona económica exclusiva e os seus recursos. Passarão tudo para as mãos de Bruxelas. E já estão preparando estes pontos ( Alguns já são realidade) 1- um ministro das finanças para a União Europeia. 2- Um Orçamento Europeu 3- Um Ministro das Finanças Europeu 4- Policia de Fronteiras comuns ( Frontex) 5- Um Exército europeu 6- Um Governo Europeu que substitua a Comissão Europeia 7- Um FBI Europeu. 8 – Um ministro dos negócios estrangeiros europeu 9- Uma Moeda Única 10 – União Bancária, etc… Aínda faltam mais coisas que andam a preparar nas costas do Povinho
…. esperem .. esperem … não foi em frança que inventaram a guilhotina ?
Em Portugal, eu serei mais um a usar o COLETE AMARELO com muito gosto, e sem violência, contem comigo e não só
oh “Pezinhos de La” , já viste onde sem violencia nos trouxe ?!?!?
volta varoufakis estás perdoado !!!
O primeiro comentário a este artigo pelo Sr. Miguel Queiroz é tão infeliz que dói. As pessoas estão informadas sobre o sistema. Sabemos que se queremos saúde, reformas, etc para todos teremos que ser todos a contribuir. O que as pessoas também sabem é que todo o dinheiro que nos é sacado vai como alguém já disse aqui para fins ilicitos, é literalemente roubado e serve para encobrir burlas e pagar reformas milionárias a quem nunca trabalhou. Isso é que é aberrante. Já para não falar das crescentes politicas de favorecimento a toda a corja ligada ao governo seja de que forma for e o espezinhamento cada vez maior de quem trabalha e vive do seu trabalho.
Infeliz porquê?
Eu acho que é muito acertado!!
As pessoas não estão informadas (e muitas não querem estar!) e tu não percebeste nada do que o Miguel Queiroz escreveu!
Quanto ao resto, estamos de acordo.