Desde o ano 2000 que Portugal não falha a fase final de uma grande competição internacional. Só contabilizando os prémios pagos pela UEFA e pela FIFA, a federação já arrecadou 131 milhões de euros.
No último sábado, a uma jornada do fim, a seleção nacional apurou-se para a final four da Liga das Nações, nova prova criada pela UEFA cujos jogos decisivos se realizam em junho em Portugal. A seleção tem assim a oportunidade de juntar mais um troféu à maior conquista desportiva de sempre – o Euro 2016, que se realizou em França.
Ao sucesso desportivo e ao prestígio a nível internacional, a seleção nacional tem contribuído para engordar os cofres da Federação Portuguesa de Futebol com os prémios monetários ganhos com apuramentos e desempenhos nas grandes provas internacionais.
Só contabilizando os prémios pagos pela UEFA e pela FIFA desde o ano 2000, a federação já arrecadou 131 milhões de euros, de acordo com o DN. A última fatia deste bolo foi garantida no sábado. O empate (0-0) em Itália permitiu o apuramento para a final four da Liga das Nações e para já 4,5 milhões de euros. Se Portugal conquistar a prova, este valor sobe para 10,5 milhões.
O maior encaixe de sempre da história da federação aconteceu no verão de 2016. Portugal sagrou-se campeão da Europa, com o golo de Eder no prolongamento da final diante da França, e garantiu um bolo total de 25,5 milhões de euros.
Antes desta conquista, a prova que mais dinheiro rendera à federação tinha sido o Mundial 2006, realizado na Alemanha, onde a seleção só caiu nas meias-finais (0-1 com a França) – 22 milhões de euros.
Mesmo em competições menos importantes, o desempenho da seleção nacional tem rendido prémios monetários. Foi o caso da Taça das Confederações, realizada em 2016, na Rússia. Portugal ficou na terceira posição e a federação recebeu 3,1 milhões de euros da FIFA.
Estes valores, contudo, não ficam retidos nos cofres da federação. Em cada competição da seleção, a federação está obrigada a pagar diárias aos jogadores convocados e até aos clubes, além de outras despesas relacionadas com logística.
Os futebolistas também são premiados. Tendo como exemplo o título europeu conquistado em 2016, cada um dos 23 jogadores recebeu 250 mil euros. Há ainda prémios para treinadores e staff.
Os prémios da UEFA e da FIFA não são as únicas receitas da Federação Portuguesa de Futebol, pois há ainda a contabilizar verbas de patrocinadores, sponsors, cachês de jogos particulares, entre outras.
No último relatório e contas da federação estão descritas algumas das maiores despesas. Só a atividade das seleções implicou 20,2 milhões de euros – dos quais 13,6 na seleção principal, acima de 2,5 nas seleções jovens, 2,2 nas femininas e 1,7 nas de futsal e futebol de praia. Ainda das despesas estão contabilizadas as atividades desportivas nacionais (12,4), gastos com pessoal (6,7) e com prestadores de serviços (5,5).
O exercício 2017-18 foi o que mais lucro gerou em toda a história da federação. Os delegados da AG aprovaram o documento, que apresenta resultados positivos de 7,056 milhões de euros. Para isso muito contribuiu a mais-valia decorrente da venda da antiga sede federativa, na Rua Alexandre Herculano, em Lisboa.
A FPF informou ainda que parte deste lucro – 7,056 milhões – será utilizado na construção de uma unidade de alojamento na Cidade do Futebol, com 46 quartos, que já está licenciada e para a qual está previsto um investimento de 3,9 milhões. A segunda fase da Cidade do Futebol prevê ainda a construção de um museu, um pavilhão para o futsal e um campo para o futebol de praia.
Este resultado líquido vai ser ainda aplicado no apoio ao futebol não profissional, reforço do programa de apoio aos clubes e associações para o aumento dos praticantes Crescer 2020 modernização administrativa dos sócios da federação e reforço dos fundos patrimoniais.
Portugal recebe nesta terça-feira a Polónia, em Guimarães, num jogo só para cumprir calendário. No Estádio D. Afonso Henriques, que será um dos palcos da fase final, a par do Estádio do Dragão, no Porto, ficam encerradas as contas do grupo 3, mas já nem Portugal perde o primeiro lugar.