“The Portrait of Edmond Belamy”, um quadro pintado através de um algoritmo por uma sistema de inteligência artificial, foi vendido por 380 mil euros, ultrapassando o seu valor estimado de 8 mil euros.
A criação da pintura foi supervisionada pela associação de arte Obvious, mas a pintura em si foi produzida inteiramente por um programa de inteligência artificial. A pintura estava estimada entre os valores 6 mil e os 8 mil euros, de acordo com o catálogo online do site da Christie’s.
A obra de arte apresenta uma pessoa fictícia chamada Edmond de Belamy, descrita como um “cavalheiro corpulento, possivelmente francês e – a julgar pelo seu casaco preto e colarinho branco liso – um homem da igreja”. A maioria dos críticos consideraram que o retrato desfocado da personagem não era “propriamente bonito”.
O cofundador da Obvious, Hugo Caselles-Dupré, disse que a inteligência artificial foi alimentada com um conjunto de dados de 15 mil retratos pintados entre os séculos XIV e XX. A inteligência artificial possui um “Gerador” que cria uma nova imagem e um “Discriminador” que tenta dizer quais imagens foram feitas pelo homem ou pelo algoritmo.
De acordo com a BBC, “o sistema de inteligência artificial compara os seus próprios retratos com os feitos por humanos e continua a trabalhar neles até que seja incapaz de distinguir os dois”.
Por outras palavras, o objetivo por trás da criação de Edmond de Belamy foi criar a imagem de um rosto que, na verdade, não existe. É, explica o Observer, uma aproximação ou um conjunto de centenas de milhares de rostos humanos reais.
O retrato de Edmond de Belamy é a primeira peça da arte feita por inteligência artificial a ser vendida numa grande casa de leilões.
Esta não foi a primeira vez que o mundo da tecnologia misturou a inteligência artificial e a arte. No início deste ano, recorda o USA Today, a app Arts and Culture, da Google, tornou-se viral após ser divulgada uma atualização que permitia que os utilizadores tirassem um fotografia, que seria combinada com uma obra de arte famosa.