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Sporting vs Arsenal | Pontaria nula penaliza leão

José Sena Goulão

Lance de Fredy Montero com Sokratis aos 35 minutos. Falta por marcar, vermelho por mostrar

O Sporting averbou esta quinta-feira a sua primeira derrota da temporada na Liga Europa.

Em jogo da terceira jornada do Grupo E, a formação de Alvalade perdeu por 1-0 em casa ante o Arsenal, com o golo contrário a ser marcado no segundo tempo por Danny Welbeck.

Se é verdade que o controlo do jogo e domínio territorial pertenceram sempre ao Arsenal, o facto é que os “leões” conseguiram realizar 15 remates, mais um que os “gunners”, só que não conseguiu enquadrar um único – contra os sete dos visitantes.

O Jogo explicado em Números

  • Início de jogo algo táctico de parte a parte, com o Arsenal a assumir claramente o domínio territorial nos primeiros 15 minutos, com 72% de posse. Porém, o primeiro remate pertenceu ao Sporting, aos 16 minutos, por Bruno Fernandes, embora desenquadrado.
  • À meia-hora já o Sporting se conseguira libertar-se um pouco da pressão contrária, com algumas recuperações de bola em zonas adiantadas e transições rápidas a colocar em sentido os londrinos. Os “leões” registavam três remates nesta fase, contra um dos visitantes, mas apenas o Arsenal enquadrara o seu disparo, e os portugueses somavam cinco cantos, contra nenhum dos ingleses.
  • Excelente a capacidade do Arsenal no passe, a registar 86% de eficácia por volta dos 40 minutos. Muita segurança e troca de posições constantes dos seus jogadores a permitirem sempre linhas de passe. Ao invés, o Sporting mostrava algumas dificuldades em sair para o contra-ataque, com 73% de acerto nas entregas.
  • Boa primeira parte do Sporting, não pelo domínio do jogo, que não teve, mas pela forma como conseguiu cortar linhas de passe e estreitar espaços de forma a impedir o Arsenal de criar perigo.
  • Os ingleses tiveram mais posse até ao intervalo, melhor qualidade no passe, os portugueses destacaram-se pelos muito cantos de que dispuseram e pelo número de remates, igual aos visitantes, embora sem a melhor pontaria.
  • O melhor ao descanso era o grego Sokratis. O defesa-central chegou a esta fase com um GoalPoint Rating de 6.1, com 93% de eficácia de passe e oito acções defensivas, sendo três delas desarmes e quatro intercepções.
  • O segundo tempo não trouxe um “leão” tão esclarecido. Talvez numa tentativa de subir mais no terreno, o Sporting passou a dar mais espaços nas laterais e, por vezes, nas suas costas, facto aproveitado pelo Arsenal para criar perigo.
  • Assim, os visitantes ganharam mais confiança e, por volta da hora de jogo, já somavam quatro remates no segundo tempo, dois enquadrados, e 67% de posse. Os portugueses quase não saíam do seu meio-campo.
  • Nesta altura da segunda parte o Sporting registava apenas duas acções com bola na área inglesa, uma por Fredy Montero e outra por Sebastián Coates. O Arsenal, por seu turno, melhorava ainda mais a qualidade dos seus passes, chegando a impressionantes 91% de eficácia por volta dos 75 minutos.
  • E até nos cantos os números inverteram-se, com os “gunners” a somarem seis no segundo tempo, para um dos “leões”.
  • Até que o golo do Arsenal acabou por aparecer. Aos 77 minutos, Danny Welbeck fugiu à defesa leonina e, perante Renan Ribeiro, rematou rasteiro para o fundo da baliza. Um tento ao nono disparo dos ingleses no segundo tempo, quinto enquadrado, 14º no total.
  • A formação de Alvalade precisava de reagir, mas o Arsenal estava confortável no seu jogo, sendo que a turma lusa não conseguia esticar o seu jogo para se aproximar da baliza contrária. O domínio territorial dos londrinos mantinha-se inalterado, com trocas de bola sem grande pressão dos homens da casa, apesar dos dez remates que os “leões” conseguiram no segundo tempo. Só que foram todos desenquadrados.

O Homem do Jogo

Perante do domínio total do Arsenal no jogo de Alvalade, não espanta que o melhor em campo pertença aos “gunners”.

Num jogo em que os ingleses mostraram sempre grande segurança no passe, com 88% de eficácia (74% no passe vertical), foi o médio Aaron Ramsey a registar o GoalPoint Rating mais elevado, um 6.8 baseado, sobretudo, na qualidade de passe.

O galês fez 55 entregas e completou 50, para além de que criou uma ocasião flagrante de golo em três passes para ocasião. No total fez quatro passes longos, acertando três para o último terço do terreno. Uma exibição esclarecida.

Jogadores em foco

  • Renan Ribeiro 6.6 – Se o Sporting mostrou pontaria nula, já o mesmo não se pode dizer do Arsenal, que enquadrou metade dos seus remates. Não espanta que o guarda-redes brasileiro fosse o melhor do Sporting, com seis defesas, duas delas a remates dentro da sua grande área.
  • Mattéo Guendouzi 6.6 – Dá gosto ver o francês jogar. Apesar dos seus 19 anos, o médio-defensivo apresenta uma segurança geralmente vista em jogadores mais maduros. Em Alvalade foi o elemento com mais acções com bola, nada menos que 96, usando-as para criar uma ocasião flagrante em dois passes para finalização e acertar 76 de 82 passes.
  • Marcos Acuña 6.2 – Um dos “leões” mais esclarecidos. A actuar na lateral-esquerda, o argentino esteve praticamente intransponível, com um registo de 14 acções defensivas, entre elas seis desarmes e três bloqueios de passe. Quando subiu, conseguiu completar três de quatro tentativas de drible.
  • Nemanja Gudelj 6.0 – O croata saiu aos 68 minutos, mas foi um dos que melhor conseguiu lidar com o meio-campo inglês. Os seus quatro desarmes e dois bloqueios de remate ajudaram a equipa a manter o Arsenal longe da baliza de Renan no primeiro tempo.
  • Danny Welbeck 6.4 – O avançado inglês decidiu o jogo, sendo autor do único golo da partida, num total de três remates. O seu rating final acaba por ser penalizado por uma ocasião flagrante que desperdiçou.

Resumo

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