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CP admite falta de comboios até final do ano

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O presidente dos Comboios de Portugal (CP) admitiu que o serviço regional com automotoras a gasóleo enfrenta maiores riscos por falta de pessoal e de peças na EMEF (empresa que mantém e repara comboios em Portugal).

Esta terça-feira, a CP admitiu a existência de problemas com o número de comboios disponíveis em todo o país. Falta de pessoal e de peças na EMEF pode causar várias perturbações na circulação até ao final do ano no serviço regional com automotoras a gasóleo, na Linha de Cascais e no serviço Intercidades.

A informação foi dada em resposta aos deputados da comissão de Economia, Inovação e Obras Públicas por Carlos Gomes Nogueira, presidente da CP.

O documento dos deputados deu entrada no Parlamento no passado dia 11 depois de um pedido de esclarecimentos dos deputados da comissão sobre os problemas que a ferrovia portuguesa enfrenta.

De acordo com o DN, o serviço regional das linhas do Oeste, Algarve e Alentejo (Casa Branca – Beja) é aquele que corre mais riscos – a CP espera que quatro das 19 unidades (UDD 450, compradas em 1965) fiquem “em imobilização prolongada“.

A imobilização prolongada destas unidades, “aliada às necessidades de manutenção inerentes à vetustez deste parque de material circulante provocará condicionantes relevantes na oferta comercial“, explicou o presidente da CP.

Numa comissão parlamentar realizada no passado dia 4 de setembro, o líder da empresa garantiu aos deputados melhorar “drasticamente a situação nestas linhas em outubro e novembro” garantindo que “vai haver material para fornecer estas linhas com qualidade”.

Contudo, na linha do Algarve, os problemas de manutenção com as automotoras faz com que seja necessário suprimir todos os dias, pelo menos um comboio.

De acordo com o jornal, os problemas só não são maiores e mais gravosos porque, no início de agosto, a CP reduziu o número de viagens na linha do Oeste.

Os problemas da CP ião alastrar-se para a linha de Cascais que também contará com supressões nas próximas semanas numa linha que transporta um em cada cinco passageiros da CP.

Das 31 unidades UME 3150/3250 em funcionamento – e com mais de 50 anos de uso – pelo menos quatro vão estar imobilizadas até ao final deste mês o que “poderá condicionar pontualmente a oferta comercial nos períodos de hora de ponta”.

Problemas na EMEF

Os problemas na empresa que mantém e repara comboios em Portugal também estará a afetar o funcionamento dos comboios Intercidades com destino a Lisboa, Porto, Braga, Guimarães, Évora e Faro.

Das 102 carruagens existentes na CP, há 21 que estarão paradas até ao final do mês, “o que condiciona a oferta comercial nos períodos de maior procura”, como acontece durante os fins-de-semana.

Os atuais problemas com materiais detetados na CP devem-se, segundo o jornal, à falta de pessoal na EMEF. No final do primeiro semestre, esta empresa de manutenção contava com 986 trabalhadores, menos 60 do que no final do ano passado.

Investimento

Durante as próximas semanas deverá ser anunciado um investimento de 50 milhões de euros na Linha de Cascais, comparticipados através de fundos europeus.

Em entrevista ao Dinheiro Vivo e à TSF, o ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques, explicou que, apesar do investimento, ainda não está prevista a ligação desta linha à restante rede ferroviária nacional.

Até ao final do ano, espera-se a contratação de 142 pessoas, tendo o governo já autorizado a conversão de 40 trabalhadores precários e dado luz verde à contratação de 102 novos operários.

ZAP //

1 Comment

  1. Um caso que requer imediata ação / resolução por parte deste governo ou de qualquer outro. Após muitos anos de desinvestimento, reformas compulsivas e despedimentos, fragmentação em diversas empresas, etc, a CP ameaça bater no fundo. Uma boa e funcional rede ferroviária é indispensável a qualquer país com aspirações a ser um Estado moderno, que se preocupa com os seus cidadãos, assim como com a vertente ecológica e a redução das emissões de Co2.

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