O presidente da Comissão Europeia afirmou hoje, em Bruxelas, que a anexação da Crimeia é um comportamento que “não tem lugar no século XXI” e que a União Europeia reforçará as sanções se Moscovo persistir na “desestabilização” da Ucrânia.
Falando à imprensa portuguesa, já de madrugada, após a primeira sessão de trabalhos de um Conselho Europeu dominado pela situação na Ucrânia, José Manuel Durão Barroso congratulou-se por os líderes europeus terem mostrado “grande unidade”, tomando “decisões muito importantes”, tanto de apoio à Ucrânia, como de condenação do comportamento da Rússia.
Por um lado, apontou, a UE reiterou o seu “apoio à Ucrânia, para que a Ucrânia possa existir como país independente, soberano, com uma democracia estável”, e, por outro, acordou “medidas que mostram que algum tipo de comportamento não tem lugar no século XXI“.
O presidente do executivo comunitário referia-se às novas sanções adoptadas contra a Rússia, designadamente a ampliação da lista de personalidades alvo de sanções (de 21 para 33 nomes) e a decisão de cancelar a próxima cimeira UE-Rússia, medidas a que se poderão juntar outras, que a Comissão ficou de estudar.
“A anexação de uma parte de um país por outro país muito mais forte é algo que contraria evidentemente o direito internacional e não pode ser aceite por nós, razão pela qual se anunciaram não só algumas medidas concretas, mas também se encarregou a Comissão de preparar mais medidas específicas, cobrindo qualquer sector da economia, no caso de continuarem acções de desestabilização da Ucrânia”, apontou.
O presidente do Executivo comunitário disse que, “sinceramente, gostava que isso não fosse necessário”.
“Gostava que não tivéssemos de passar a essa fase, mas obviamente temos de estar preparados para o caso da desestabilização continuar, e a Comissão foi expressamente mandatada para continuar os cenários para medidas específicas, mostrando que tal comportamento não é aceitável”, apontou.
A terminar, Durão Barroso afirmou que a UE não quer “entrar numa escalada de ameaças“, mas tem de “dizer de uma forma muito clara” que a Rússia precisa de terminar com acções de desestabilização e entrar “num verdadeiro diálogo” com Kiev.
/Lusa
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