Os enfermeiros iniciam esta quarta-feira o primeiro de seis dias de greve para exigir ao Governo que apresente uma nova proposta negocial da carreira de enfermagem que vá ao encontro das expectativas dos profissionais e dos compromissos assumidos pela tutela.
Esta quarta-feira dá-se início a mais uma greve de enfermeiros. Os seis dias de contestação começam hoje e terminam com uma manifestação, no dia 19, à frente do Ministério da Saúde.
Segundo o jornal Público, desde o início do ano, e sem contar com esta paralisação, foram mais de 100 os dias afetados por algum tipo de greve nacional deste setor, sendo que algumas greves abrangeram dias inteiros de trabalho e outras apenas apenas alguns períodos do dia.
“Esta greve tem como objetivo essencial exigir ao Governo a apresentação de uma proposta de carreira que vá ao encontro das expectativas dos enfermeiros”, disse à Lusa Guadalupe Simões, dirigente do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP).
“Mas, mais do que isso, que vá ao encontro dos compromissos que foram assumidos por parte do Governo e do Ministério da Saúde no protocolo negocial que visava precisamente determinar quais as matrizes e em que moldes iria ser feita a valorização da carreira de enfermagem”, continuou.
Com início às 08h00 desta quarta-feira, a greve realiza-se exclusivamente nos hospitais (blocos operatórios e cirurgia de ambulatório) e na quinta-feira em todas as instituições de saúde do setor público que tenham enfermeiros ao serviço, segundo o pré-aviso de greve.
A paralisação nacional repete-se nos dias 16, 17, 18 e 19 de outubro, dia em que está marcada uma manifestação em frente ao Ministério da Saúde, em Lisboa, para exigir do Governo o cumprimento dos compromissos que assumiu mo processo negocial de 2017.
Os sindicatos exigem a revisão da carreira de enfermagem, a definição das condições de acesso às categorias, a grelha salarial, os princípios do sistema de avaliação do desempenho, do regime e organização do tempo de trabalho e as condições e critérios aplicáveis aos concursos.
Reivindicam, entre outras matérias, que a Carreira Especial de Enfermagem seja aplicável a todas as instituições do setor público/SNS e a todos os enfermeiros que nelas exercem independentemente da tipologia do contrato e que sejam consagradas as condições de acesso à aposentação voluntária dos enfermeiros e com direito à pensão completa sejam os 35 anos de serviço e 57 de idade (base inicial para negociação).
Os enfermeiros portugueses cumpriram dois dias de greve nacional nos passados dias 20 e 21 de setembro pelo mesmo motivo e que, segundo os sindicatos, teve uma adesão de 80,4%.
A greve é convocada pelo Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP), pelo Sindicato dos Enfermeiros da Região Autónoma da Madeira (SERAM), pelo Sindicato Democrático dos Enfermeiros de Portugal (SINDEPOR) e pela Associação Sindical Portuguesa dos Enfermeiros (ASPE).
ZAP // Lusa