Segundo anunciado pelas autoridades chineses Meng Hongwei, líder da Interpol, foi detido e está a ser investigado por suspeitas de subornos.
Dado como desaparecido desde setembro, Meng Hongwei, diretor da Interpol está detido na China e a ser investigado, segundo anunciou o órgão anticorrupção da China, este domingo.
Meng Hongwei, também vice-ministro da segurança pública da China, foi dado como desaparecido depois de uma viagem entre Lyon, França, e a China. A mulher de Meng Hongwei, revelou este domingo ter recebido duas mensagens do seu marido a 25 de setembro, não tendo recebido mais noticias suas desde então.
Segundo a BBC, a Comissão Nacional de Supervisão chinesa – órgão responsável por casos de corrupção que envolvem funcionários públicos – adiantou que o diretor da Interpol está a ser investigado por “suspeitas de violar a lei”, não especificando mais detalhes sobre o caso.
Entretando, a Interpol anunciou através do Twitter que Hongwei demitiu-se do seu cargo de diretor da Interpol.
Na nota da Interpol é também adiantado que, até à nomeação de um novo líder a 18 de novembro, no Dubai, Kim Jong Yang, da Coreia do Sul, será o presidente interino.
De acordo com o South China Morning Post, Hongwei terá sido levado para interrogatório quando aterrou na China.
Segundo a mesma fonte, a 30 de setembro, decorreu uma reunião de altos dirigentes do Partido Comunista chinês na qual o ministro da Segurança Pública, Zhao Kezhi, terá revelado detalhes de uma conversa com Ding Xuexiang, chefe de gabinete do Presidente chinês Xi Jinping.
Na reunião, Xi Jinping, terá sido alertado para a necessidade urgente de reforçar a vigilância contra a corrupção.
Na passada sexta-feira, a procuradoria de Lyon, local onde Hongwei foi visto pela última vez, abriu uma investigação ao desaparecimento do líder da Interpol.
Apesar de ser um cargo honorífico, a designação de Hongwei para líder da Interpol foi muito criticada por organizações de defesa dos direitos humanos que expressaram preocupações com a hipótese de a China passar a ter ajuda na perseguição de dissidentes políticos que fugiram do país.
Meng Hongwei, de 64 anos, eleito em novembro de 2016, foi o primeiro chinês a ocupar o cargo, e estaria no comando da organização até 2020.