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Para evitar vício, Coreia do Sul proíbe venda de café em todas as escolas

A Coreia do Sul proibiu a venda de café a alunos e professores em todas as escolas do país. O Governo implementou esta medida com o objetivo de evitar que os jovens abusem da bebida – e de outros energéticos que contêm cafeína – para ficarem acordados à noite e assim poderem estudar mais.

Escolas de toda a Coreia do Sul foram privadas de uma das bebidas mais consumidas em todo o mundo: café. A venda do produto já é proibida aos estudantes desde 2013, mas os alunos conseguiam contornar esta regra e comprá-lo nos distribuidores automáticos reservados aos professores.

O ministério da Segurança Alimentar e dos Medicamentos disse que “café em demasia é nefasto para a saúde dos mais jovens e pode provocar náuseas e problemas de ritmo cardíaco”.

A proibição é uma resposta ao alto consumo de cafeína na Coreia do Sul, país de grande exigência no desempenho escolar e onde a maior parte das crianças e adolescentes têm aulas particulares até tarde.

O Governo quer, por isso, erradicar o hábito de consumir a bebida para poder ficar acordado até tarde e ser mais produtivo. A proibição tem o “intuito de criar práticas sadias entre as crianças e os adolescentes”, declara o Ministério. A Coreia do Sul também proibiu publicidades sobre o açúcar e bebidas que contêm cafeína na televisão.

Apesar de o chá ter sido a bebida tradicional na Coreia do Sul durante vários anos, nas últimas décadas o café tem dominado o país asiático. A nação já se tornou o sétimo maior importador no mundo e, em média, os coreanos bebem 512 chávenas de café por ano.

Esta popularidade gerou diversas críticas contra a proibição nas escolas. Muitos lembraram que não será complicado para as crianças ter acesso às bebidas com cafeína fora dos estabelecimentos escolares como, por exemplo, nos “pyeon eui jeom”, supermercados que estão por toda a parte e que estão abertos 24h00 por dia.

A medida também é considerada hipócrita e pouco eficaz por quem critica a imensa pressão escolar que as crianças e os adolescentes sofrem – um problema social que exige uma solução mais elaborada. Muitos falam mesmo de uma “infância sacrificada”.

A Coreia do Sul tem a maior taxa de suicídio entre os jovens de 10 a 19 anos. Ao proibir o café nas escolas, o Governo ataca um sintoma, mas ignora a raiz do problema.

ZAP // RFI

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