Florence é um “pesadelo” e pode ter consequências devastadoras para os EUA

O Furacão Florence aproxima-se da costa dos EUA e continua a ser extremamente perigoso, apesar de ter baixado para a Categoria 2. O “olho” do furacão expandiu-se e esperam-se consequências devastadoras do impacto da enorme tempestade para milhões de pessoas.

Perto da costa dos Estados da Carolina do Norte e da Carolina do Sul, a velocidade do vento associado ao Furacão Florence baixou de 225 para 110 quilómetros por hora, o que levou os serviços meteorológicos dos Estados Unidos a reduzirem-no a uma tempestade de Categoria 2.

O Florence encontra-se, actualmente, a cerca de 378 quilómetros a sudeste de Wilmington, na Carolina do Norte, e a cerca de 450 quilómetros a sudeste de Myrtle Beach, na Carolina do Sul. A tempestade está a mover-se para noroeste a 17 quilómetros por hora.

O Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos (NHC) prevê que o furacão atinja terra na sexta-feira na Carolina do Norte e na Carolina do Sul e que, em seguida, avance para oeste, no interior.

O furacão tem potencial para causar “inundações históricas” e ventos devastadores, conforme frisa a CNN.

O astronauta e geofísico Alexander Gerst fala do Florence como um “pesadelo” numa publicação no Twitter, depois de ter visto o “olho” da tempestade a partir da Estação Espacial Internacional.

A imagem divulgada por Gerst revela a grande dimensão do “olho” do furacão que cresceu para aproximadamente 48 a 56 quilómetros de diâmetro, segundo dados do NHC. Quanto maior o “olho” do furacão, mais imprevisível e mais alargada será a tempestade.

Os ventos da tempestade tropical vão atingir entre 63 a 118 km/hora, alargando o alcance do furacão. De acordo com o NHC, estes ventos “cercam o olho até uma distância de 240 km desde o centro”, conforme cita o Live Science.

Esta publicação científica destaca que nas últimas horas, o “olho” do furacão se “reorganizou” num processo conhecido por “ciclo de substituição da parede ocular“. Este fenómeno “ocorre naturalmente em grandes furacões”, como explica o Live Science, notando que se verifica “quando a tempestade atinge um certo nível de intensidade” e o “olho” do furacão se contrai até diâmetros de entre 10 a 25 km.

Entretanto, neste processo, pode formar-se uma parede externa em torno do “olho” central, a partir de “um anel de tempestades”, que pode “provocar o [seu] enfraquecimento temporária”, salienta o Laboratório Oceanográfico e Meteorológico Atlântico (AOML na sigla original) citado pelo Live Science.

Com o dissipar do “olho” interno, a parede externa assume o papel principal e pode dar ainda mais força ao furacão, destaca o AOML.

“Não brinquem com ele. É um dos grandes”

O Florence pode tornar-se “a tempestade mais forte” a atingir a costa norte da Florida, se as previsões se mantiverem, como aponta o Business Insider. Prevê-se que atinja o tamanho de todo o Estado da Carolina do Norte quando alcançar terra firme, refere a mesma publicação.

“Não brinquem com ele. É um dos grandes”, já alertou o Presidente norte-americano, Donald Trump, anunciando que o Governo está “completamente preparado” para o furacão e apelando às pessoas para terem todos os cuidados.

O governador do Estado da Geórgia declarou o estado de emergência para todos os 159 condados, uma vez que os meteorologistas admitem a possibilidade de o Furacão Florence alterar a sua rota para sudoeste, à medida que se aproxima da Carolina do Norte e da Carolina do Sul que também estão em estado de alerta, assim como a Virgínia.

Na quarta-feira, o Mississipi enviou membros da Guarda Nacional e trabalhadores de busca e salvamento para as áreas que podem ser afectadas pelo furacão.

Entretanto, o Florence já obrigou à retirada de mais de um milhão de pessoas.

ZAP // Lusa

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.