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PAOK vs Benfica | Salónica cai nas garras da águia

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Erdem Sahin / EPA

O Benfica apurou-se para a fase de grupos da Liga dos Campeões, e com grande estilo.

A formação portuguesa, que não conseguira mais do que um empate 1-1 na primeira mão  ante o PAOK, no Estádio da Luz, foi à Grécia vencer por concludentes 4-1.

Apesar do início de jogo algo nervoso e do golo madrugador, as boas transições, a segurança entre os postes e a grande competência ofensiva, em especial em lances de bola parada, deram às “águias” o merecido passaporte para a mais importante competição europeia de clubes.

Após fazer quatro golos, foi simples para os comandados de Rui Vitória controlarem em absoluto as operações.

O Jogo explicado em Números

  • O jogo não começou de feição para o Benfica. O PAOK assumiu rapidamente o domínio do jogo, aproveitando algum posicionamento deficiente das “águias” a meio-campo, pelo que os gregos conseguiam criar bastante perigo. Aos dez minutos registavam já três remates (todos desenquadrados) e um canto, isto apesar da maior posse “encarnada” (57%).
  • Até que as facilidades do PAOK no ataque acabaram por dar frutos. Aos 13 minutos, excelente trabalho colectivo num lance estudado e Aleksandar Prijovic só teve de encostar para um golo fácil – ao quarto disparo grego. Contudo, a resposta portuguesa, quando ainda não tinha dado mostras de capacidade de resposta, foi rápida.
  • Aos 20 minutos, Pizzi bateu um canto da direita e Jardel, nas alturas, fez um cabeceamento portentoso para o fundo da baliza contrária. Um golo que surgiu logo ao primeiro remate benfiquista, apenas no segundo duelo aéreo ofensivo ganho pelas “águias”. E o 2-1 aconteceu logo a seguir.
  • Fernando Varela fez um atraso para o guarda-redes Alexandros Paschalakis, este, na tentativa de evitar o canto, deixou a bola à mercê de Franco Cervi e ainda fez falta na grande área sobre o argentino. Assim, aos 26 minutos, Eduardo Salvio deu a volta ao resultado, de penálti.
  • O primeiro quarto-de-hora fazia prever tudo menos estes últimos eventos. Um Benfica incapaz de travar os movimentos ofensivos do PAOK, de repente vê-se a ganhar por 2-1, em dois lances de bola parada. Dois tentos que os gregos sentiram forte, ao ponto de, à meia-hora, não terem mais nenhum remate realizado desde o seu golo. E quando o conseguiu, aos 35 minutos, Odysseas Vlachodimos fez uma defesa “do outro mundo”, a cabeceamento de Varela.
  • Do outro lado o Benfica não desperdiçou, com Pizzi a fazer o 3-1 através de um remate à entrada da área colocado junto ao poste direito da baliza do PAOK, a centro de Franco Cervi. A eliminatória estava na mão dos “encarnados”.
  • O descanso chegou com o Benfica confortavelmente na liderança da eliminatória, apesar do arranque titubeante de partida, altura em que permitiu muitas jogadas de perigo por parte dos gregos.
  • Ao intervalo, porém, as “águias” registavam quatro remates enquadrados em cinco tentativas, todas de dentro da área contrária.
  • Uma eficácia à qual o PAOK não soube reagir, apesar dos 52% de posse de bola. O melhor nesta fase era Pizzi. O médio marcou um golo, fez uma assistência, acertou 19 dos 21 passes e registava um GoalPoint Rating de 6.5.
  • Não poderia haver melhor arranque de segundo tempo para o Benfica. Fernando varela fez falta sobre Jardel na grande área e, na conversão do penálti, aos 49 minutos, Salvio bisou na partida.
  • O Benfica, em 4-3-3, estava nas suas “sete quintas”, à espera do seu adversário que, à passagem da hora de jogo, registava 66% de posse de bola desde o intervalo. As transições benfiquistas continuavam a sair com facilidade, a aproveitar os espaços de um PAOK balanceado no ataque, mas menos intenso – só dois remates, ambos desenquadrados.
  • Mais um belo jogo de Jardel esta temporada pelo Benfica, para além do golo marcado e do penálti por si sofrido. O central tinha ganho, por volta dos 70 minutos, sete dos oito duelos aéreos em que participara, para além de registar sete recuperações de posse e seis acções defensivas.
  • Aos 76 minutos a tarefa ficou ainda mais complicada para o PAOK, que se viu reduzido a dez elementos por segundo amarelo a Léo Matos. Nesta a fase, o domínio do jogo era dos gregos, com 61,3% de posse no segundo tempo, sete remates, três enquadrados, mas o Benfica controlava completamente os acontecimentos, dando ideia de ter mais condições para fazer o 5-1 do que o PAOK de reduzir.
  • Mas a partida já não dava mais do que isto, pelo que o final chegou com triunfo claro dos “encarnados” por 4-1, num jogo em que o PAOK bem tentou, terminou com números superiores, mas que reflectem apenas a estratégia do Benfica.

O Homem do Jogo

Um triunfo por 4-1 pode tornar estranho o destaque do guarda-redes vitorioso como o melhor em campo. Mas Odysseas Vlachodimos merece por completo o nosso destaque.

A própria eficácia ofensiva do Benfica e a tranquilidade com que controlou a partida beneficiaram da excelente prestação do guarda-redes grego dos “encarnados”, que terminou a partida com um GoalPoint Rating de 8.3, fruto de sete defesas, algumas delas de grande categoria, duas aos ângulos superiores, registando ainda três saídas a soco.

Odysseas destacou-se igualmente no capítulo do passe, com dez passes longos certos em 16 tentativas.

Jogadores em foco

  • Jardel 7.6 – Tremendo jogo do central brasileiro. Jardel fez o golo do empate, um tento muito importante para a restante exibição benfiquista, foi sobre ele cometida a falta para o penálti que deu o 4-1, registou 13 acções defensivas e ganhou nove dos dez duelos aéreos defensivos em que participou.
  • Franco Cervi 6.9 – O pequeno extremo é incansável, a atacar e a defender. Para além da assistência que fez para o golo de Pizzi, o argentino registou dois passes para finalização, 88% de eficácia de passe e incríveis oito desarmes, o dobro de qualquer outro jogador em campo.
  • Pizzi 6.7 – O arranque de época do médio benfiquista está a ser à prova de crítica. Mais uma vez o brigantino encheu o campo, tendo marcado o seu sexto golo esta temporada e realizado uma assistência, para o tento de Jardel.
  • Eduardo Salvio 6.3 – O argentino bisou na partida, ambos os golos de grande penalidade. Registo ainda para um drible eficaz e três intercepções, sentindo-se a falta de alguma capacidade de explosão.
  • Maurício Júnior 6.1 – O médio brasileiro foi o melhor do PAOK, somando uma assistência em quatro passes para finalização e registando uma eficácia de passe de 89%.
  • Seferovic 5.6 – Mais uma oportunidade perdida para suíço, que não enquadrou qualquer dos seus quatro remates nem ofereceu qualquer passe para finalização aos colegas, somando 26 acções com bola nos 83 minutos em que esteve em campo e somando os únicos (2) foras-de-jogo do encontro.

Resumo

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