O Presidente da Venezuela anunciou o aumento do salário mínimo de 5.196.000 para 180.000.000 bolívares (de 1,14 euros para 39,50 euros), ou seja, 35 vezes superior ao que os venezuelanos recebem atualmente.
O novo salário mínimo dos venezuelanos, anunciado na sexta-feira à noite, equivale a 1.800,00 bolívares soberanos, a moeda que entrará em vigor a partir da segunda-feira 20 de agosto, data em que a reconversão eliminará cinco zeros do atual bolívar.
“O salário mínimo ficará [fixado] em meio petro (cripto moeda venezuelana), 18.00 bolívares soberanos”, disse Nicolás Maduro durante uma intervenção televisiva a partir do palácio presidencial de Miraflores.
Na prática o salário aumenta 3.214%, ou seja, 35 vezes. Os preços dos produtos deixarão também de estar ancorados ao dólar, porque essa moeda deixará de ser uma referência no país e será substituída pelo virtual Petro.
“Esgotou-se o jogo do dólar paralelo e o mecanismo para fixar os preços com esse jogo. Nós vamos fixar os preços ancorados ao Petro”, disse, vincando que a cripto moeda venezuelana se converterá numa unidade de intercâmbio nacional e internacional.
O aumento do salário faz parte do novo “Programa de Recuperação Económica, de Crescimento e Prosperidade” que, segundo o chefe de Estado, estará adaptado à realidade venezuelana e poderá reverter os efeitos da guerra económica nacional e internacional.
“O Governo dos Estados Unidos vem fazendo a guerra em distintas modalidades para evitar que a República possa fazer as suas compras internacionais, para conseguir a asfixia internacional”, disse Maduro, admitindo que os EUA têm conseguido “causar danos”.
Como parte das novas medidas, o IVA passará de 12% para 16% e as grandes transações financeiras passarão a pagar entre 0 e 2% de imposto sobre o valor das mesmas.
Por outro lado o Governo venezuelano assumirá, durante 90 dias, o pagamento da diferença do novo salário das indústrias médias e pequenas do país.
No início desta semana a Venezuela anunciou que ia passar a ter duas moedas contabilísticas, o bolívar soberano e o petro, uma criptomoeda venezuelana, a partir da próxima segunda-feira.
ZAP // Lusa