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Matemáticos do MIT resolveram um velho mistério sobre o esparguete

Partir um palito de esparguete seco em somente dois pedaços é uma missão impossível. Ou era, até que matemáticos do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), nos EUA, conseguiram descobrir um truque que permite fazê-lo.

Na pesquisa publicada no jornal científico Proceedings of the National Academy of Sciences, os investigadores do MIT notam que o segredo está em dobrar e torcer o fio de esparguete ao mesmo tempo.

Conduzida pelo professor Jörn Dunkel e pelos estudantes de doutoramento Ronald Heisser e Vishal Patil, a investigação consistiu em fazer experiências com centenas de palitos de esparguete, recorrendo a um aparelho mecânico que construíram propositadamente para os torcer e dobrar de forma controlada.

Foi assim que descobriram que “se um palito é torcido depois de um certo grau crítico, e depois lentamente dobrado ao meio, ele vai, contra todas as probabilidades, partir-se em dois”, como explica o MIT em comunicado.

Os resultados podem ter implicações para lá da mera curiosidade ou de façanhas culinárias. Podem, nomeadamente, permitir perceber melhor a formação de rachas e como controlar fracturas em materiais com formato semelhante aos palitos de esparguete, como “estruturas multi-fibras, nano-tubos projectados ou mesmo micro-túbulos nas células”, esclarece ainda o MIT.

“Será interessante perceber se e como a torção poderia ser usada, similarmente, para controlar a dinâmica da fractura de materiais bi-dimensionais ou tri-dimensionais”, nota o professor Jörn Dunkel.

Os investigadores gravaram todo o processo com uma câmara, a até um milhão de frames por segundo, e concluíram que “torcendo primeiro o esparguete a quase 360 graus” e dobrando-o lentamente, “o palito estalou exactamente em dois”.

Tiveram como perspectiva de análise um modelo matemático construído por Patil que demonstra que “a onda de flexão viaja mais depressa do que a onda da dobra, dissipando a energia de modo a que as acumulações adicionais de stress que poderiam causar fracturas subsequentes, não ocorram”, nota o comunicado. “Nunca se tem essa segunda quebra quando se torce com força suficiente“, destaca Dunkel.

Os investigadores usaram dois tipos de esparguete diferentes, com diâmetros distintos, mas o resultado foi o mesmo.

Para já, “a maneira como o modelo é construído aplica-se na perfeição a hastes cilíndricas”, longas e finas, como o esparguete, nota Dunkel. Já quanto a outras massas, a receita terá que ser outra.

SV, ZAP //

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