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Marte não tem CO2 suficiente para se transformar numa nova Terra

Goddard Space Center / NASA

O processo de “terraformação” não é uma possibilidade viável para Marte, conclui um estudo publicado esta segunda-feira. Mesmo com a recente descoberta de um enorme lago de água líquida salgada, o Planeta Vermelho não reúne as condições necessárias para se transformar numa nova Terra.

Um recente estudo, publicado esta segunda-feira na Nature Astronomy, coloca em foco a ideia da “terraformação” em Marte, o processo hipotético que permitiria mudar as condições de um planeta de forma a torná-lo habitável para as espécies terrestres. Marte seria o candidato mais adequado para esta transformação… até hoje.

Entre as possíveis teorias para “terraformar” o Planeta Vermelho está a libertação na atmosfera de gases com efeito de estufa armazenados nas rochas e calotas polares, de modo a tornar a atmosfera mais densa e consequentemente o planeta mais quente, fazendo assim com que a água líquida permaneça à superfície.

Desta forma, os cientistas concentraram as suas atenções no dióxido de carbono disponível em Marte, o único gás com efeito de estufa presente em quantidade suficiente para produzir um aquecimento significativo.

Para isso, os investigadores usaram os dados de rovers e sondas espaciais dos últimos 20 anos, relativos ao dióxido de carbono marciano, acessível tanto na superfície do planeta como nos reservatórios subterrâneos, assim como os dados relativos às contínuas emissões deste gás para o espaço.

No melhor dos cenários, referem os cientistas, o dióxido de carbono facilmente acessível “poderia apenas triplicar a pressão atmosférica de Marte” – o que equivale a um quinto da mudança necessária para fazer com que o Planeta vermelho se tornasse habitável – e aumentaria a temperatura em menos de dez graus.

Além disso, a maior parte do CO2 presente nos reservatórios não está disponível, o que faz com que este gás não possa ser facilmente libertado na atmosfera.

Todos estes “senão” obrigam os autores do artigo científico a concluir que para “terraformar” Marte através do dióxido de carbono do planeta seria necessário recorrer a “tecnologias que estão muito além das que estão disponíveis atualmente”.

Marte é um deserto frio e quase sem ar, e parece provável que continue assim. Este novo estudo vem transformar a hipotética colonização do Planeta Vermelho numa ideia muito menos atraente.

ZAP // EFE / Discover

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