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Protestos na Nicarágua já fizeram 300 mortos. Presidente recusa demitir-se

Jeffrey Arguedas / EPA

A organização não-governamental Centro Nicaraguense de Direitos Humanos (CENIDH) elevou, nesta segunda-feira, para 292 o número de mortos nos protestos contra o Governo de Daniel Ortega.

O último balanço da ONG apontava para 280 mortos, incluindo 20 polícias e cerca de 30 paramilitares ou simpatizantes do Governo. No início do mês, um relatório preliminar da Associação Nicaraguense dos Direitos Humanos dava conta de pelo menos 350 mortos, incluindo 306 civis, e mais de dois mil feridos.

À data, o secretário-geral da ANPDH, Avaro Leiva, denunciou não existir “fonte oficial” que forneça dados exatos sobre quantas pessoas foram feridas ou morreram nos diferentes protestos realizados no país.

O Governo tem-se escusado a divulgar dados oficiais e apenas reconhece as mortes de polícias e de muitos dos seus apoiantes.

Também na segunda-feira, o Presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, reiterou a recusa de renunciar ao cargo, com tem sido exigido pelos manifestantes nos últimos meses, garantindo que vai cumprir o mandato até 2021.

“O nosso mandato eleitoral termina com as eleições de 2021, data em que vão ocorrer as próximas eleições”, afirmou em entrevista à televisão norte-americana Fox News. “Antecipar as eleições criaria instabilidade e insegurança e só pioraria as coisas”, disse.

Ainda no mesmo dia, a agência de notação financeira Standard and Poor’s (S&P) reduziu a classificação de risco da dívida soberana da Nicarágua de B+ para B, com uma perspetiva negativa devido à grave crise socio-política instalada no país nos últimos três meses.

Desde 18 de abril passado que a Nicarágua é palco de manifestações e confrontos violentos. Os manifestantes exigem a renúncia de Daniel Ortega, de 72 anos, acusado de estabelecer uma ditadura com a vice-Presidente e mulher, Rosario Murillo.

ZAP // Lusa

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