O Governo alemão está a ponderar permitir o ingresso de cidadãos de outros estados-membros da União Europeia nas fileiras das Forças Armadas do país (Bundeswehr) como resposta ao problema da falta de pessoal.
Após o fim do serviço militar obrigatório em 2011, a Bundeswehr passou a enfrentar dificuldades em recrutar novos membros para as suas fileiras. Hoje, o país conta com pouco menos de 180 mil homens e mulheres, mas o Governo pretende aumentar esse número para quase 200 mil até 2024.
A Alemanha está sob pressão dos EUA para aumentar os gastos militares e a sua participação na OTAN. A longo prazo, as Forças Armadas lutam contra o tempo: metade dos seus membros no ativo deve aposentar-se até 2030, e o envelhecimento da população impõe novos desafios para substituir o atual efetivo.
Desde a sua criação, em 1955, a Bundeswehr só permite a entrada de cidadãos alemães. “A Bundeswehr está a crescer e para isso precisamos de pessoal qualificado. Estamos a considerar com cuidado todas as opções”, disse um porta-voz do Ministério da Defesa.
A possibilidade de permitir o ingresso de cidadãos de outros países da União Europeia está a ser estudada desde 2011, mas nos últimos dois anos vem ganhando força no Governo.
Em 2016, a hipótese foi incluída pela primeira vez no chamado “Livro Branco” da política de segurança da Bundeswehr, que estabelece as diretrizes estratégicas para o futuro das Forças Armadas.
Esta semana, o deputado Florian Hahn, que atua como porta-voz para os assuntos de defesa da União Social-Cristã (CSU), disse ao jornal Augsburger Allgemeine que é favorável à ideia de recrutar cidadãos dos outros 26 Estados-membros da UE.
“Com base na estrutura do liberalismo europeu, um modelo pode ser desenvolvido aqui”, disse Hahn, que também fez uma ressalva: “Um certo nível de confiança com relação a cada soldado precisa ser garantido”.
Já o deputado Karl-Heinz Brunner, porta-voz para assuntos de defesa do Partido Social-Democrata (SPD) – também se mostrou favorável ao plano de incluir estrangeiros na Bundeswehr, mas apenas se forem de outros países da UE. Segundo o governante, seria uma forma de fortalecer a integração europeia.
Já no caso de estrangeiros de fora do bloco, Brunner sublinha que existe o risco de a Bundeswehr “se tornar um exército de mercenários” se a contrapartida para o alistamento for a concessão da nacionalidade alemã.
Segundo o porta-voz, outros estrangeiros têm primeiro de se tornar cidadãos alemães antes de se juntarem ao Exército. “Quem obtiver um passaporte alemão como parte do processo de integração será cordialmente convidado”, disse.
A pressão dos EU sobre a Nato e os Países da UE, não é nada mais do que tentar fortalecer uma aliança, que sirva os interesses cada vez mais obscuros dos EU. De facto, vemos os EU e nomeadamente o seu actual presidente, criar atritos e confusões um pouco por todo o mundo, sem consultar os seus aliados da Nato ou da UE. Como se fossem os donos disto tudo e não são. Existem três grandes potências no mundo actual. EU, Rússia e China.
Ao que parece, Rússia e China, desejam ter boas relações com os Estados Unidos, mas existem sempre entraves e desconfianças que o impedem. Porquê? Porque os EU não abdicam da ideia de mandar na casa dos outros.
Temos, na Rússia e na China, dois líderes políticos de mão cheia, com tanto ou mais poder que Trump.
Uma diplomacia baseada no respeito mútuo e na compreensão dos anseios dos outros, poderia ser uma porta aberta para o fortalecimento da tolerância e paz no Mundo. E Putin e o presidente chinês, já demonstraram ter mais inteligência e fairplay que Trump. Basta que os EU mostrem alguma tolerância e respeito, para que as coisas possam melhorar ao nível global e que a política externa americana deixe de ser uma política fomentadora de atritos e invenções mirabolantes. Pode não parecer, mas os EU, serão os principais responsáveis pelas crises que assolam o mundo. Basta um país não se submeter ao seu jugo e temos o caldo entornado.