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Descoberto em Israel um mosaico que retrata os “espiões bíblicos” de Moisés

Jim Haberman

Mosaico com 1600 anos ilustra 2 dos 12 “espiões” enviados por Moisés a Canã para investigarem Terra Prometida, como é descrito na Bíblia.

A descoberta de uma série de mosaicos que datam de há 1600 anos, no interior de uma antiga sinagoga, em Israel, está a “revolucionar” tudo o que sabíamos sobre o Judaísmo dessa época, apresentando “novas pistas” sobre como era a vida numa antiga aldeia judia da Galileia.

Arqueólogos da Universidade da Carolina do Norte (UNC) em Chapel Hill, nos EUA, descobriram uma série de mosaicos “incomparáveis” no interior de uma antiga sinagoga na região da Galileia, em Israel.

Os painéis foram encontrados na que foi a antiga localidade judia de Huqoq ajudam a compreender melhor a vida e a cultura do povo judeu da antiguidade.

Alguns dos mosaicos ilustram cenas da Bíblia, como é o caso de um exemplar que mostra dois dos 12 “espiões” enviados por Moisés a Canã para investigarem as abundâncias que haveria na Terra Prometida.

O painel bíblico ilustra especificamente o momento em que esses “espiões” cortaram um cacho de uvas que era tão grande e tão pesado que tiveram que o carregar os dois em conjunto, com a ajuda de um pau.

Há ainda outro mosaico que inclui a inscrição “uma criança pequena vos guiará”, com a ilustração de um menino a puxar um animal com uma corda.

“O que é verdadeiramente surpreendente nestes painéis é a abundância de cor e as cenas humanas, o que vem revolucionar a compreensão do Judaísmo deste período”, explica o líder da equipa de arqueologia, Jodi Magness, em comunicado da UNC.

O professor de Judaísmo Antigo no Departamento de Estudos Religiosos da UNC nota que “a antiga Arte Judia é vista, muitas vezes, como sendo anicónica ou carente de imagens”. “Mas estes mosaicos coloridos e cheios de cenas figuradas, atestam uma cultura visual rica, bem como o dinamismo e a diversidade do Judaísmo nos finais dos períodos Romano e Bizantino”, acrescenta Magness.

Os mosaicos também revelam “novas pistas” sobre como era a vida numa antiga aldeia judia da Galileia, apresentando sinais de um “nível inesperado de prosperidade”, sustenta a UCN.

“As descobertas indicam que os aldeões floresceram sob o domínio cristão do início do Século V, contradizendo uma visão generalizada de que os assentamentos judaicos na região declinaram” nessa altura, explica ainda a Universidade.

A par destes mosaicos, os arqueólogos, que contam com a colaboração da Autoridade das Antiguidades de Israel, também encontraram colunas cobertas de gesso pintado e colorido, ainda intacto, mesmo após passados 1600 anos, o que constitui uma “descoberta rara em sinagogas antigas”.

SV, ZAP //

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