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As bananas estão em perigo de extinção

Uma banana selvagem, que só existe em Madagáscar, pode ser crucial para a proteção das plantações de banana comestível. A má notícia é que foi colocada na lista de espécies ameaçadas de extinção.

Cerca de 40% das bananas consumidas em todo o mundo são de um tipo conhecido como Cavendish, um tipo vulnerável a uma doença conhecida como o “mal do Panamá”, causada pelo fungo F. oxysporum.

Esta doença está confinada à Ásia, pelo menos para já. No entanto, se chegar ao continente americano poderá ser uma verdadeira catástrofe, principalmente à América Centro, dado que o Equador é o principal exportador deste fruto e, se esta doença lá chegar, poderá colocar em causa o abastecimento dos mercados.

Mas há uma espécie que cresceu completamente isolada,longe da ilha principal de Madagáscar. Esta espécie pode ter propriedades distintas dos demais tipos de fruta, defende um especialista dos Royal Botanic Gardens, em Kew, no Reino Unido. Por este motivo, o cientistas referem que é essencial conservar esta “espécie solitária”.

“Esta espécie não tem ‘mal do Panamá’, portanto talvez tenha traços genéticos que lutem contra a doença. Não saberemos até analisarmos mesmo a banana, mas não o podemos fazer até ela ser salva”, afirmou Richard Allen à BBC.

No entanto, esta espécie foi colocada na lista de espécies ameaçadas de extinção. Mas há ainda uma réstia de esperança, já que os cientistas esperam que a inclusão deste tipo de banana numa lista de alerta da Organização Internacional para a Conservação da Natureza acelere o processo de proteção.

Hélène Ralimanana, do jardim botânico londrino diz que é muito importante conservar esta banana “porque tem grandes sementes que podem oferecer a oportunidade de encontrar um gene para melhorar a banana cultivada”.

Este tipo de banana produz sementes dentro da fruta, ou seja, não é comestível. Mas um cruzamento de espécies podem levar à criação de um novo tipo de banana que, além de comestível, pode ser também resistente.

A espécie mais plantada na América do Sul, até aos anos 50 do século passado, era a Gros Michel, mas foi devastada por uma epidemia deste mesmo fungo. O facto de as bananas não terem sementes torna-as bastante vulneráveis.

Nos últimos tempos, têm existido vários estudos que têm como principal objetivo analisar um possível trabalho genético para tornar as bananas mais resistentes, como revela um estudo publicado na Nature. Esta pode ser a estratégia certa para que continuemos a desfrutar do agradável sabor desta fruta.

ZAP // BBC

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