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96 anos de portas abertas. Chegou a hora de a pastelaria Suíça as fechar

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A célebre pastelaria Suíça, no largo do Rossio, em Lisboa, vai fechar em breve. A notícia foi comunicada à Câmara Municipal de Lisboa na semana passada.

Fechar portas “num futuro próximo”. Fausto Roxo, dono da pastelaria Suíça, no Rossio, em Lisboa, comunicou isto mesmo à Câmara Municipal de Lisboa, na semana passada, através de uma carta enviada à autarquia. “Afigura-se necessário, num futuro próximo, o encerramento da Pastelaria Suíça, pelo menos no espaço que agora ocupa”, lê-se.

Na missiva, Fausto Roxo admite ter desistido do processo de classificação de Loja com História a que se tinha candidatado há cerca de um ano. “Desde o momento da aludida candidatura até à presente data, ocorreram várias vicissitudes, que tiveram e têm tido um impacto negativo na exploração comercial da Pastelaria Suíça, impossibilitando a sua viabilidade, subsistência e continuidade no futuro.”

Ao jornal Público, alguns funcionários da pastelaria lisboeta disseram que ainda não tinham qualquer informação oficial sobre o fecho do estabelecimento, mas há indícios de que esta notícia não é apenas uma brincadeira de mau gosto, como as obras que decorrem na porta ao lado e o facto de o edifício ter sido vendido no início do ano.

Além disso, Duarte Cordeiro, vice-presidente da Câmara Municipal de Lisboa, anunciou o encerramento da famosa pastelaria esta quarta-feira, numa reunião pública. Mas a pastelaria Suíça não será a única a dizer adeus ao frenesim da capital. Além da Suíça, Duarte Cordeiro referiu a Joalharia Correia e a loja de decoração Ana Salgueiro, na Rua do Ouro e na Rua do Alecrim, respetivamente.

Ainda assim, adianta o jornal, na Joalharia Correia não havia qualquer informação sobre o fecho ao final da tarde desta quarta-feira. Já o encerramento da loja de decoração Ana Salgueiro, aberta desde 1960, está confirmado.

“Quando nos informam que estão em negociação, automaticamente tiramos do processo de classificação como Lojas com História”, explicou Duarte Cordeiro. “O programa não pode ser usado para especular” nem para “ser uma arma de negociação com os senhorios“, continua.

Na reunião de quarta-feira foram indicados 47 estabelecimentos para classificação antes da consulta pública, mas perante a desistência destes três, serão agora classificadas 44 lojas que vão gozar de algumas proteções especiais, como “Lojas com História”.

Perante as desistências, Duarte Cordeiro disse que, embora gostasse de classificar 47 estabelecimentos, “há um limite”. “Ao classificarmos 44 estabelecimentos não devemos ficar pesarosos.”

O limite a que o vice se referia é a “vontade” de os comerciantes manterem os negócios, afirmou Fernando Medina. “O programa não pode resolver os problemas de vontade. Tem é de criar as condições para que as pessoas tenham vontade de continuar.”

Na mesma reunião foi aprovado o “reconhecimento de estabelecimentos com oficinas de manufatura” que ficam protegidos de despejo. São 9 espaços, entre eles a fábrica de gelados A Veneziana e as destilarias da Ginginha Sem Rival e da Ginginha Rubi.

ZAP //

1 Comment

  1. A especulação imobiliária rende muito mais que os bolos e pasteis. E não ninguém põe cobro a isto, nem cá nem em lugar nenhum…infelizmente.

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