A Aliança de Mudança para o Progresso (AMP) está a consolidar uma maioria absoluta na reta final da contagem dos votos nas legislativas antecipadas de sábado em Timor-Leste, com 49,33%, quando estão contados 96% dos boletins.
Segundo dados oficiais do Secretariado Técnico da Administração Eleitoral (STAE), a coligação AMP obteve 285.534 votos, à frente da Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin), que obteve 198.745 votos, ou 34,33% do total.
Em terceiro surge o Partido Democrático (PD) com 45.884 votos ou 7,93%, e a Frente de Desenvolvimento Democrático (FDD), com 32.706 votos e 5,65 do total%.
Apenas estes partidos estão, para já, acima da barreira de 4% dos votos, necessária para conseguir eleger deputados.
Se estes resultados se mantivessem, a AMP teria uma maioria absoluta de 34 lugares no Parlamento Nacional, de 65 lugares, o que lhe permite formar o VIII Governo constitucional sem necessitar de qualquer apoio adicional. Atualmente, os partidos que compõem a AMP têm 35 assentos no parlamento timorense.
Pela primeira vez no Parlamento estará a Frente de Desenvolvimento Democrático (FDD) – uma coligação de quatro pequenos partidos – que terá três lugares e que obteve quase 34 mil votos ou 49,56% do total.
A Fretilin manteria os seus 23 deputados, o PD perderia dois lugares, para cinco, e a FDD estrear-se-ia com três.
Os dados mostram um aumento da taxa de participação, que em 2017 foi de 76,74% (584 mil votantes num universo de 760 mil) e este ano aumentou para quase 80% (626.500 num universo de 784 mil.
Até ao momento ainda nenhuma das forças políticas fez qualquer declaração pública sobre o resultado eleitoral.
Os dados têm agora que ser reconfirmados na Comissão Nacional de Eleições (CNE), numa tabulação nacional – não se trata de uma nova contagem, apenas de uma verificação das atas.
É nessa fase que é decidida, com a presença dos partidos, a distribuição dos quase 600 votos “reclamados”, ou seja, votos em que, no momento de contagem, houve disputa sobre a quem deveriam ser atribuídos.
Os resultados finais terão depois que ser confirmados pelo Tribunal de Recurso, o que se prevê ocorra até final de maio, devendo os deputados tomar posse em junho.
Só depois deverá ocorrer a formação do Governo que deverá ser liderado, como o próprio disse à Lusa, por Xanana Gusmão, que regressa assim ao cargo que abandonou em 2015.
De referir que a AMP venceu na maioria dos municípios, em concreto Aileu, Ainaro, Bobonaro, Covalima, Dili, Ermera, Liquiçá, Manatuto, Manufahi e ainda na Região Administrativa Especial de Oecusse-Ambeno (RAEOA) e no centro instalado na Coreia do Sul.
A Fretilin, por seu lado, venceu em todos os municípios do leste do país, Baucau, Lautem e Viqueque e ainda na Austrália, Portugal e Reino Unido.
ZAP // Lusa